Assim que terminou o desfile cívico-militar em Campo Grande-MS, em comemoração aos 201 anos da Independência do Brasil, foi registrada uma confusão envolvendo policiais militares e o deputado estadual Pedro Kemp (PT). O parlamentar acompanhava integrantes do Grito dos Excluídos, grupo que há quase três décadas se manifesta no dia 7 de setembro nas principais cidades do país.
Kemp e os manifestantes tentavam acesso ao trecho da Rua 13 de Maio, na esquina com a Avenida Afonso Pena, onde havia sido montado o palanque das autoridades.
Eram 11 horas da manhã, momento em que o governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), e o comandante militar do Oeste, general de Exército Luiz Fernando Estorilho Baganha, participavam de uma coletiva de imprensa no local. Policiais militares, incluindo a polícia montada, faziam a segurança da área.
O parlamentar insistia com os policiais para que as grades de proteção fossem retiradas para o acesso do grupo. Ao perceber que não seria atendido, Kemp se envolveu em uma calorosa discussão com a PM e, logo após, colocou alguns manifestantes para dentro da área cercada, o que gerou o início da confusão. (Vídeo abaixo)
Teve empurra-empurra entre manifestantes, o parlamentar e os policiais que chegaram a levantar o cassetete para impedir o avanço do grupo. Diversos vídeos sobre a confusão foram compartilhados nas redes sociais e mostram uma mulher caindo após ser empurrada por um dos PMs que impediam a entrada dos manifestantes.
Veja como ocorreu a confusão:
Em entrevista à Rádio CBN Campo Grande, Pedro Kemp disse que foi surpreendido pela Tropa de Choque da PM. Ele definiu o episódio como "lamentável".
"Nós estávamos caminhando tranquilamente e quando chegamos na esquina e a Tropa de Choque nos impediu de passar. Eu nunca vi isso […] achei um absurdo impedir a gente de passar […] nós tivemos que forçar um pouco a nossa passagem pra ter garantido o direito de livre manifestação, que é Constitucional", afirmou o parlamentar.
O deputado informou ainda que pretende fazer um pronunciamento na tribuna do legislativo estadual, na sessão da próxima terça-feira (12), para registrar o ocorrido e "fazer um apelo para as autoridades que organizam o desfile de 7 de setembro, que possam respeitar a liberdade de manifestação dos movimentos sociais, que é legítima e pacífica", destacou.
Após a saída das autoridades do governo e do CMO da área reservada, o grupo Grito dos Excluídos, representado por militantes de movimentos socias, de sindicatos e também de partidos políticos, teve o acesso liberado ao local. Além do deputado Pedro Kemp, participaram da manifestação a vereadora Luiza Ribeiro (PT) e a ex-candidata ao governo do Estado, Giselle Marques (PT).
Em sua vigésima nona edição, o Grito de 2023 questiona e faz refletir: "Você tem fome e sede de quê?". Neste ano, o grupo traz ao debate problemas como: falta de alimentos e acesso a água potável, a taxação de juros, a violência contra mulheres e a demora na demarcação de terras indígenas. (Fotos abaixo)
NOTA DA POLÍCIA MILITAR
A Assessoria de Comunicação Social da PMMS esclarece que, visando resguardar a segurança de todos os presentes no desfile alusivo ao 7 de setembro, na cidade de Campo Grande-MS e, cumprindo sua missão constitucional de executar o policiamento ostensivo e preventivo, a Polícia Militar, através do Comando de Policiamento Metropolitano, realizou o planejamento do policiamento da área do desfile e suas imediações utilizando dos diversos meios necessários para a sua execução, dentre eles o patrulhamento motorizado, montado e a pé.
Ao término do evento estava prevista a solenidade de encerramento do desfile, momento em que se fez necessário o isolamento da área do palanque de autoridades através de um cordão formado por Policiais Militares o qual seria desfeito logo após a solenidade havendo a liberação da via para que o grupo denominado “Grito dos Excluídos” e as demais pessoas presentes ao evento pudessem transitar pela local.
A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul lamenta o incidente ocorrido envolvendo o Deputado Estadual Pedro Kemp o qual demonstrou desconhecer os procedimentos que estavam em curso e de maneira equivocada tentou transpor o cordão de isolamento, bem como, incitou algumas pessoas a realizar tal ato. Escarecemos que tão logo ocorrera a solenidade de encerramento do desfile houve a liberação da via.