Famoso por ser dono do "castelo Monalisa", avaliado em cerca de R$ 25 milhões, o deputado federal Edmar Moreira volta à cena política para disputar a preferência do eleitorado em outubro. Moreira (ex-DEM) busca a reeleição à Câmara agora pelo PR e este poderá ser o seu quinto mandato.
Ele participa da coligação PRB-PP-PR-PPS-DEM-PSDB que apoia o presidenciável tucano, José Serra. A diferença é que, em 2010, o mineiro conta uma redução de R$ 7 milhões em seus bens.
Apesar do valioso imóvel, o deputado declarou no pedido de registro de sua candidatura ao TSE, para a disputa em 2010, um patrimônio de aproximadamente R$ 2 milhões. Na declaração feita à Justiça Eleitoral, em 2006, Moreira disse possuir, entre casas, carros, apartamentos e ações, cerca de R$ 9,5 milhões.
Em 2009, ele disse que o castelo teria sido transferido para os seus filhos em 1993. Nas duas últimas declarações de bens consta um imóvel no distrito de Carlos Alves, no município mineiro de São João Nepomuceno, – mesmo local onde fica a propriedade Monalisa – mas o valor da casa informado é de apenas R$ 17.500.
O deputado se envolveu em grande escândalo, entre fevereiro e março de 2009, quando assumiu a Corregedoria da Casa, justamente devido à propriedade do castelo. Em seguida, surgiram outras denúncias de que ele havia realizado uso irregular da verba indenizatória.
Sob a pressão das acusações, o parlamentar renunciou ao mandato de segundo vice-presidente da Mesa Diretora e ao cargo de corregedor. Além disso, foi "convidado" a deixar, o seu então partido, o DEM. Devido às suspeitas, Moreira foi levado a julgamento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados por quebra de decoro parlamentar no uso indevido da verba indenizatória, mas foi absolvido e manteve o mandato.
O castelo teria sido construído para abrigar um cassino, caso a legalização de jogos de azar no Brasil tivesse sido aprovada.
De acordo com informações da ONG Transparência Brasil, o deputado responde na Justiça por crimes contra a ordem tributária e foi denunciado ao Ministério Público Federal por apropriação previdenciária indevida. Além do DEM, ele já pertenceu ao PRN – ex-partido de Fernando Collor de Mello -, PPB, PP, PL,filiando-se ao antigo PFL apenas em 2005.