O deputado estadual Marcio Fernandes, vice-líder do governo, comunicou na manhã desta terça-feira (29), na tribuna do plenário da Assembleia, a desfiliação do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), partido ao qual esteve filiado desde 29 de janeiro de 2007. Em seguida, em entrevista coletiva, o deputado comunicou a decisão de se filiar ao PT do B.
“É a decisão que tomo depois de longa e aprofundada reflexão junto com meus companheiros, lideranças que me acompanham, militantes e companheiros de jornada política”, esclareceu inicialmente o deputado.
O parlamentar disse que a decisão foi tomada em decorrência de uma série de fatos e circunstâncias que vinham lhe trazendo problemas dentro da legenda. A razão fundamental, segundo o deputado, é que a senadora Marisa Joaquina Monteiro Serrano (PSDB) estava tentando prejudicá-lo dentro da legenda para favorecer o primo dela.
Marcio Fernandes menciona, por exemplo, um episódio envolvendo a senadora, que por ocasião da inauguração do Trem do Pantanal lhe pressionou por um posicionamento prévio caso ela fosse candidata ao governo do Estado contra o governador André Puccinelli (PMDB).
Marcio Fernandes insistiu em que o debate era prematuro, entretanto, ante a insistência da senadora, o deputado respondeu que seu sentimento de lealdade lhe dizia para apoiar Puccinelli. O deputado define o governador como seu “líder e padrinho político”. Ato contínuo à resposta de Marcio Fernandes, a senadora disse então que o partido deveria tratar logo de migração do deputado para outra legenda.
O fato foi comunicado ao presidente do diretório regional do PSDB, deputado estadual Reinaldo Azambuja, seu amigo.
O deputado cita ainda outro indício de que a senadora estava tentando prejudicá-lo. Recentemente, a senadora tentou cooptar em mais de um município lideranças vinculadas ao deputado Marcio Fernandes. Nesse ponto, o deputado esclarece que a senadora foi reincidente, pois o diretório regional tinha sido comunicado também desse fato.
“Fica claro que a senadora teme que a minha permanência no PSDB possa inviabilizar a eleição de seu primo”, completou Marcio Fernandes. Para o deputado, é evidente que seria mais fácil para ele permanecer no PSDB. “O meu projeto de reeleição em qualquer outra legenda será mais difícil, é bom que isso seja esclarecido”, complementa.
Por fim, o deputado Marcio Fernandes esclarece que a sua saída do PSDB nada tem a ver com os outros pré-candidatos que vão tentar a eleição pelo PSDB ou com o seu amigo, o presidente regional tucano, Reinaldo Azambuja.
Marcio Fernandes lembrou ainda em pronunciamento que nunca mediu esforços para promover o crescimento do PSDB durante o tempo em que foi filiado. Ele citou, por exemplo, a eleição do vereador Edílson Seikó (PSDB) para a presidência da União das Câmaras de Vereadores de Mato Grosso do Sul (UCV/MS). O deputado disse que Seikó não era candidato e nem filiado ao PSDB, mas se filiou a seu pedido.
O deputado disse ainda que ajudou o PSDB a crescer, contribuindo nas eleições municipais de 2008 em mais de 20 municípios do Estado, ajudando a eleger prefeitos e vereadores, além de ter ampliado a representatividade do PSDB na Assembleia, já que não foi eleito por esse partido, mas decidiu se filiar posteriormente à eleição por afinidade.
Marcio Fernandes comunicou a desfiliação agradecendo ao presidente da Assembleia, deputado Jerson Domingos, aos deputados estaduais, sobretudo, aos amigos que fez no PSDB, mencionando os deputados Rinaldo Modesto, Dione Hashioka e Reinaldo Azambuja.
PT do B
O deputado Marcio Fernandes se filiou ao PT do B, partido ao qual é filiado o líder do prefeito de Campo Grande na Câmara, Flávio César. Além disso, Marcio Fernandes mencionou que um dos seus assessores, Tony Ueno, que pode assumir como vereador com base na promulgação da PEC dos Vereadores, também é do PT do B.
Marcio Fernandes justifica ainda que recebeu convite de diversos partidos, primeiramente do PMDB, entretanto, decidiu ir para o PT do B, partido da coligação pela qual foi eleito em 2006. O parlamentar menciona ainda como decisivo o fato de o PT do B ter entre seus princípios a inovação no Legislativo e no Executivo. O dirigente nacional do PT do B é o mais jovem presidente de legenda em âmbito nacional do País – Luis Tibé, 38 anos.
Por fim, o deputado lembrou-se de um ensinamento que aprendeu com o governador André Puccinelli, de que na política é preciso gratidão.