Sempre prometida, mas nunca concretizada, a reforma política volta à pauta do Congresso nesta terça-feira (15). Em duas comissões diferentes, deputados e senadores se reúnem para lançar uma nova tentativa de promover mudanças no sistema político-eleitoral do país.
Na Câmara, a Comissão Especial da Reforma Política, instalada no início do mês, vai definir o cronograma dos trabalhos. Os parlamentares irão eleger três vice-presidentes para o grupo e decidir quando serão realizados seus encontros, bem como a quantidade de audiências públicas previstas e até a possibilidade de levar os debates para os Estados.
Na primeira reunião, quando foram escolhidos Almeida Lima (PMDB-SE) como presidente da comissão e Henrique Fontana (PT-RS) para a função de relator, duas questões foram consenso: a fragilidade do atual modelo eleitoral e a necessidade de combinar os trabalhos da comissão com as discussões que vão ocorrer também no Senado.
Um dos pontos considerados prioritários na reforma política é o modelo que rege a eleição do Congresso, com a possibilidade de instituir, por exemplo, o voto distrital (em que conta a votação obtida em um distrito, e não no Estado), e o voto em lista fechada (hipótese em que o eleitor escolhe nomes a partir de uma relação pré-definida pelo partido).
Outros temas importantes são o financiamento de campanhas eleitorais, o voto facultativo e a fidelidade partidária. Na Câmara, a comissão terá 180 dias, contados a partir de 1º de março, para apresentar um relatório de atividades.
Senado
Na outra Casa, os trabalhos já serão iniciados. Os senadores, que definiram o roteiro dos trabalhos no início do mês, começarão as discussões por dois tópicos: a suplência no Senado e a data das posses do presidente da República e dos governadores.
Ao todo, serão sete encontros até o mês que vem. O presidente da comissão, Francisco Dornelles (PP-RJ), pretende concluir até o dia 8 de abril o anteprojeto de reforma política, que será encaminhado ao plenário.