Com chegada do ano das eleições, as pesquisas já estão medindo a força dos pré-candidatos a governador e até o desempenho dos presidenciáveis em Mato Grosso do Sul. Os números de pesquisas costumam mexer com a cabeça e com os nervos de quem busca conquistar o poder.
Os dados da última pesquisa do Instituto Ranking revelam números surpreendentes nos preparativos da corrida eleitoral no Estado. Foi o desempenho surpreendente do secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, do PSDB, que está estreando na política. Em todos cenários apontam Riedel brigando pela segunda vaga na corrida eleitoral.
Em um cenário da pesquisa colocou nomes que dificilmente, na minha avaliação, concorrerão ao governo no Estado, como os deputados estaduais Coronel Davi (sem partido), Capitão Contar (PSL), e João Henrique Catan (PL), além do ex-juiz federal Odilon de Oliveira (PSD). Aliás dá pra notar que o Ranking colocou dois nomes de PSD no mesmo cenário: o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, com juiz Odilon. Eles não vão se enfrentar até porque a legislação não permite um partido lançar mais de um candidato a governador.
Mesmo com tantos nomes neste cenário, Eduardo Riedel, que é o candidato lançado pelo governador Reinaldo Azambuja, aparece em quarto lugar com 9,2% das intenções de voto. Ele está colado em Marquinhos com seus 14,1% e não muito distante da deputada federal Rose Modesto, que deve trocar o PSDB pelo Podemos, com 15,5%. A liderança é do ex-governador André Puccinelli, do MDB, com 21,30%.
Quando falo colado e até pode soar estranho dizer que alguém com 9% pode estar perto do outro com 14%. Mas temos de levar em conta a margem de erro desta pesquisa de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. Por essa regra, Riedel encosta em Marquinhos. Só para contextualizar, aplicando a margem de erro, Marquinhos tanto pode subir para 16,2% quanto pode cair para 12,1%. Na queda que Riedel se aproxima. Ele com 9,2% pode atingir a 11,2%, ficando praticamente a 1 ponto atrás. Na mesma regra, podemos dizer que Riedel e o ex-governador Zeca do PT estão tecnicamente empatados. Zeca aparece com 8%.
O segundo cenário é mais compreensivo e mais real em relação ao primeiro, porque mostra nomes que, em tese, podem estar se enfrentando em 2022. E neste cenário, André tem 23,10%, Rose 17,4%, Marquinhos 16%, Riedel 11% e Zeca 9,15%, enquanto 24,45% não possuem candidato ou vão anular o voto. Neste cenário, os indecisos poderão decidir o vencedor das eleições.
No terceiro disco, sem Marquinhos, André se consolida na liderança com 33,15%, Rose fica com 22% e Riedel 14,5%, enquanto indecisos, nulos e brancos somam 30,35%.
Com esses dados, podemos dizer que Marquinhos tira votos de André Puccinelli. Eles têm a preferência do mesmo perfil do eleitorado. Hoje, pela pesquisa do Instituto Ranking, temos um cenário do desempenho dos pré-candidatos. A grande questão é saber se alguns desses potenciais rivais poderão se unir nas eleições?
O dinamismo da política não dá pra cravar nada antes da batida do martelo. Há sim movimentações para André Puccinelli apoiar Eduardo Riedel. Imagina só, o líder abrindo mão de sua pré-candidatura para subir no palanque do candidato do governador Reinaldo Azambuja. Isso há alguns meses era considerado impossível de acontecer devido a rixa de André com Azambuja. Agora os dois estão trocando elogios e André seria um reforço muito forte para os planos de Azambuja eleger Riedel seu sucessor.
E Riedel é um empresário bem sucedido do Agronegócio que está estreando na política. E ele está enfrentando políticos consolidados na disputa pelo voto. Ele é um desconhecido que está ganhando visibilidade popular agora com suas ações no governo e com esforço de Azambuja de fazê-lo conhecido eleitoralmente.