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Dilma discute medidas econômicas com Conselho Político

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, faz apresentação durante a reunião. Outros ministros e líderes da base aliada participam do encontro

A presidente Dilma Rousseff está reunida com o Conselho Político, formado por ministros e líderes da base de sustentação do governo, na manhã desta segunda-feira (29). Entre os temas discutidos estão medidas econômicas que podem ser lançadas, que podem incluir a ampliação da meta de superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública).

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez uma apresentação de dados econômicos durante a reunião desta segunda. Também participam o vice-presidente, Michel Temer e os ministros Miriam Belchior (Planejamento), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais). Os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), participam das discussões ao lado de outros líderes da base aliada no Congresso.

Está prevista uma entrevista coletiva com o ministro Guido Mantega após a reunião do Conselho Político, mas o tema específico não foi divulgado nem pelo Ministério da Fazenda nem pelo Palácio do Planalto.

Outros temas, como votações importantes para o governo no Congresso, também estão na pauta do encontro do Conselho Político.

Reunião com centrais
Mais cedo, a presidente Dilma e o ministro Mantega se reuniram com as centrais sindicais. O presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), disse, após o encontro, que o governo deve aumentar a meta de superávit primário em cerca de R$ 14 bilhões neste ano, o equivalente a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Com isso, a meta passaria de R$ 117,9 bilhões, cerca de 3% do PIB, para aproximadamente R$ 130 bilhões, ou 3,5% do PIB.

De acordo com o presidente da Força Sindical, o aumento da meta de superávit primário em 2011 decorre do bom desempenho da arrecadação. Somente nos sete primeiros meses de 2011, a arrecadação subiu R$ 97,7 bilhões sobre igual período do ano passado, batendo novo recorde histórico. Com os bons números da receita de tributos, a meta de superávit primário totalizou R$ 91,9 bilhões até julho, o equivalente a 77,9% da meta anual de R$ 117,9 bilhões.

Segundo Paulo Pereira da Silva, o aumento da meta de superávit primário neste ano, por parte do governo, tem por objetivo possibilitar uma redução mais rápida da taxa básica de juros da economia brasileira. O entendimento do governo é que, retirando recursos da economia, por meio da elevação da economia feita para pagar juros, a tarefa do Banco Central, no controle da inflação, ficaria mais fácil, permitindo um recuo dos juros. "É um sinal ao mercado, para baixar os juros", declarou ele.

O governo já vinha sinalizando que pretendia conter os gastos públicos para permitir uma redução mais rápida da taxa de juros brasileira. Em audiência pública na última semana, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal, o ministro Guido Mantega, da Fazenda, pediu apoio dos parlamentares para evitar aumento de gastos públicos. Ele informou, na ocasião, que a redução dos juros era uma das prioridades do governo brasileiro.

O presidente da Força Sindical acrescentou que a presidente Dilma Rousseff disse, durante a reunião com os sindicalistas, que o crescimento do PIB neste ano deverá ficar em torno de 4%, conforme estimativa do ministro Mantega.

A Presidência não confirmou o teor da reunião entre Dilma, Mantega e os sindicalistas.