A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), protagonizaram um ensaio do que deverá ser o embate entre as duas candidaturas, governista e da oposição para a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2010.
O confronto ocorreu ontem, em São Bernardo do Campo (SP), durante o seminário “ABC do Diálogo e do Desenvolvimento”, cenário no qual os dois potenciais presidenciáveis centraram seus discursos na análise das medidas adotadas pelo governo frente à crise e trocaram farpas, embora em tom amigável.
A ministra defendeu o conjunto de medidas que o governo federal tem adotado para mitigar os efeitos da crise e anunciou a liberação de R$ 4 bilhões para obras de drenagem nos estados e municípios e outros R$ 3 bilhões para ampliar projetos de saneamento já em andamento. “Antes o governo era parte dos problemas, agora é parte da solução,” afirmou Dilma.
O governador paulista, que disputa a indicação ao Palácio do Planalto com o governador mineiro Aécio Neves (PSDB), aproveitou a presença da ministra para criticar a “morosidade” do governo no enfrentamento da crise e a demora de cerca de seis meses para deflagrar o processo de redução da taxa básica de juros.
Sem fazer referência direta à proposta da oposição de criação de um grupo exclusivo para cuidar da crise Dilma alfinetou: “Essa política de gabinete de crise é de quem não segurou a barra e teve apagão”, declarou em referência direta ao racionamento de energia elétrica do governo Fernando Henrique Cardoso.