Mais um ministro da presidente Dilma Rousseff poderá deixar o cargo nesta sexta-feira (10). Após a demissão de Antonio Palocci da Casa Civil, o peemedebista Luiz Sérgio poderá sair da pasta de Relações Institucionais. Ele vem sendo bombardeado pela base aliada no Congresso e sua manutenção tem sido inviável politicamente para o Planalto.
A agenda oficial de Dilma prevê apenas uma cerimônia às 10h no Grupamento de Fuzileiros Navais e uma reunião, às 15h, com o presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), mas, nos bastidores, a expectativa é que ela se encontre com Luiz Sérgio ainda pela manhã. O ministro já havia tentado marcar uma audiência na quarta-feira (8), mas não conseguiu espaço na agenda da presidente.
A demissão é considerada inevitável. Aliados no Congresso vem discutindo, desde a demissão de Palocci, o nome a ocupar a cadeira que, teoricamente, é responsável pela articulação política entre o legislativo e o Palácio do Planalto.
A saída de Sérgio configura-se ainda como parte da reorganização do núcleo de poder no Palácio do Planalto. A decisão de colocar Gleisi Hoffmann (PT-PR) no lugar de Palocci mostra a intenção de Dilma de esvaziar politicamente a Casa Civil e deixar a articulação política nas suas próprias mãos e nas mãos das Relações Institucionais.
Luiz Sérgio, deputado eleito pelo Rio de Janeiro, nunca foi o preferido para o ministério porque não tem bom trânsito entre os parlamentares, característica fundamental para o cargo. Agora, a presidente Dilma quer autonomia na escolha e o nome da ex-senadora e atual ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, vem ganhando força.
Outro cotado para o cargo é o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP). Ele já teria recebido apoio do PDT, PCdoB, PSB e até mesmo de parte do PMDB, partido que também está de olho no ministério. Ainda assim, na noite desta quinta-feira (9), o líder disse estar “constrangido” com os rumores.
– Para mim é um constrangimento alguém levantar o meu nome como candidato a ministro. […] Quem escolhe ministro é a presidenta da República, então eu rechaço com veemência qualquer indicação do meu nome.