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Direitos Humanos do MS vai promover protesto contra Puccinelli

O protesto deve ocorrer durante a meia-maratona comemorativa ao aniversário de MS, em 11 de outubro

Movimentos sociais e de defesa dos direitos humanos pretendem organizar manifestação pública contra as declarações do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), que chamou o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) de "veado" e disse iria "estuprá-lo em praça pública" caso ele participasse de evento da festa de aniversário do Estado.

O protesto deve ocorrer durante a meia-maratona comemorativa ao aniversário de Mato Grosso do Sul, em 11 de outubro –mesmo evento no qual, segundo as palavras do governador, Minc seria atacado.

"Se aquela corrida serviu para o governador promover uma agressão, vamos nos organizar para que sirva para uma reflexão contra a homofobia no Estado", disse Paulo Ângelo de Souza, presidente do CDDH (Centro de Direitos Humanos Marçal de Souza), uma ONG.

Segundo ele, as palavras de Puccinelli foram recebidas com "estarrecimento e indignação" pelas entidades e "promovem a homofobia". "Quando a maior autoridade do Estado se manifesta assim, diz indiretamente às pessoas que elas podem agredir quem tem orientação sexual diferente", disse.

Mato Grosso do Sul, segundo Souza, tem um alto índice de violência contra homossexuais. "O governador precisa refletir e se dar conta do estrago que ele causou a todo um trabalho que a gente vem fazendo no Estado, em especial nas escolas públicas, para a superação do preconceito", afirmou Souza.

O pedido posterior de desculpas e alegação de que tudo não passou de "brincadeira" não amenizam o teor da fala, na visão de Souza. "O preconceito também nasce e se enraíza nestas supostas brincadeiras. E, na boca de uma autoridade, elas têm o peso de mil palavras."

Para ele, o governador também "causou constrangimento e rebaixou a população". "O que ele fez foi também um desrespeito à população do Estado, que mais uma vez é motivo de chacota em nível nacional."