A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) defendeu o uso do ENEM como avaliação nacional, ela acredita, no entanto, que a pressa do Ministério da Educação em implantar o novo sistema prejudicou o processo e provocou a série de falhas ocorridas desde o ano passado. "Foi uma boa idéia do MEC e as boas idéias precisam de credibilidade. É preferível perder um pouquinho de tempo, melhorar as discussões, antes de colocar algo novo em prática. O açodamento do governo está agora prejudicando milhões de jovens", afirmou lembrando-se dos 40% de abstenção no exame após a sucessão de problemas ao longo do processo.
Para Marisa, a dificuldade enfrentada pelos estudantes para se inscreverem pela internet no Sistema de Seleção Unificada (SiSU) foi mais um capítulo da novela dos equívocos provocados pela burocracia e despreparo do Inep/MEC. Ela acredita que um assunto tão sério, que mexeu com a vida e as expectativas de mais de 4 milhões de jovens não poderia ter sido usado com intuito eleitoral, como bandeira política. "É preciso garantir credibilidade ao ENEM para que ele de fato funcione como vestibular unificado".
A tucana lembrou dos problemas de informática, logística, segurança, e até de elaboração e correção das provas, sem contar nos prejuízos financeiros e emocionais. "Faltou infraestrutura e planejamento para dar conta do novo ENEM. O MEC quis colocar em prática uma boa idéia, mas ainda não estava preparado para o novo processo", afirmou. A senadora espera agora que não haja novos episódios desagradáveis no processo de matrícula dos aprovados.
A lista dos selecionados no SiSU, a partir da nota do ENEM, foi divulgada na noite de quinta-feira (4). Segundo o MEC, 793,9 mil candidatos concorreram a 47,9 mil vagas em 51 instituições de ensino superior em todo o país. A matrícula nos cursos deve ser feita entre os dias 8 e 12 de fevereiro em cada instituição.
No dia 15, haverá uma nova etapa com as vagas remanescentes.
Dano Moral Coletivo
A Defensoria Pública da União apresentou uma recomendação ao Ministério da Educação (MEC) solicitando o aprimoramento do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Os Defensores querem evitar, na próxima fase da seleção, os mesmos problemas identificados na primeira etapa, como lentidão e erros no sistema. Caso o problema se repita, a Defensoria entrará com uma ação pública contra o MEC por dano moral coletivo em favor dos estudantes prejudicados.