As eleições já terminaram, mas parece que a polarização entre direitista e esquerdistas não acabaram. Na noite deste domingo (27) em Campo Grande, um economista de 76 anos xingou e agrediu fisicamente o deputado estadual Pedro Kemp (PT) na saída da missa do Santuário Nossa Senhora da Abadia, no bairro Cidade Jardim, em Campo Grande. Curiosamente no mesmo dia, o cantor e compositor Gilberto Gil, 80 anos, foi hostilizado quando estava assistindo um jogo na Copa do Mundo do Catar.
O suspeito da agressão é um economista que pediu para Pedro Kemp “retirar o nome dele da mala direta, porque não queria receber correspondência do petista”. O economista ainda xingou o deputado de “canalha, bandido e falso” e deu um soco no peito do deputado, dizendo "eu vou te bater". O homem foi segurado para não piorar a situação e levado para dentro da igreja.
O parlamentar petista postou foto nas redes sociais, por volta das 23 horas, de dentro da delegacia comentando o fato. “Acabei de registrar um boletim de ocorrência por ter sido agredido verbal e fisicamente na saída de uma igreja. Tá difícil conviver com quem não respeita nossas convicções políticas. Ainda bem que o agressor é um cristão que tinha acabado de participar de uma missa. Agora, vai se explicar na Justiça. Cansei”.
Para o cientista político e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Daniel Miranda, é uma radicalização muito forte dos grupos mais à direita que se acirrou com a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL). ” É uma radicalização muito forte principalmente dos grupos mais à direita e agora com a derrota eleitoral do Bolsonaro nas eleições. Essa parcela minoritária da direita mais radicalizada vem pregando pegar em armas intervenção do exército, acampado em frente dos quarteis. Basicamente, um apelo ao uso de mecanismos violentos para a se desembarcar um suposto problema que eles imaginam que existam na política brasileira. Essa escalada verbal de agressão seja Pedro Kemp, Gilberto Gil são pessoas mais famosas. Nós observamos isso não apenas agora, mas durante a campanha muitos casos de violência e até assinados ou mortes provocadas por questões políticas. Embora as eleições já tenham terminado o clima eleitoral para essa minoria ainda está presente, o clima belicoso, o clima de animosidade, o clima de conflito está presente porque simplesmente as pessoas não aceitam a derrota”, explica