Os sinais da política começam a indicar como serão as eleições de 2022 em Mato Grosso do Sul. Movimentação de bastidores, que está intensa, mostra rivais se reunindo para serem aliados na corrida eleitoral e outros aliados poderão se transformar em rivais nesse jogo pelo poder no Estado.
No jargão popular podemos dizer que o jogo poderá ser bruto, porque todos os líderes estão conversando muito e quem não está sendo procurado para reunião, já é considerado adversário nas próximas eleições.
O cenário político hoje mostra vários exemplos. Um deles é governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, e o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, do PSD. Os dois se uniram no segundo turno nas eleições de 2018 que garantiu à reeleição de Azambuja na disputa apertada com o ex-juiz federal Odilon de Oliveira, na época do PDT. Hoje, Marquinhos já acenou querer distância de Azambuja e, por tabela, de Eduardo Riedel. Mas levou Odilon para seu partido, o mesmo que ajudou a derrotar em 2018.
Marquinhos que já anunciou a sua pré-candidatura ao governo do Estado, tem Riedel como adversário. Então são aliados que estão se transformando em rivais na corrida eleitoral e o antigo adversário se junta a Marquinhos com a esperança de concorrer ao Senado.
Azambuja tem investido em várias obras em Campo Grande, principalmente, em asfalto para ajudar Marquinhos. Isso mostra o governador como grande aliado administrativo de Marquinhos. Mas na preparação da sua candidatura à reeleição, o prefeito vetou a indicação do presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, para ser seu vice. Marquinhos preferiu caminhar com a sua vice de primeiro mandato, Adriane Lopes, do Patriota, mulher do deputado estadual Lídio Lopes. Mesmo assim, Azambuja cumpriu o compromisso de apoiar a reeleição de Marquinhos.
Temos o MDB. Uma fatia do partido está comprometida com Eduardo Riedel na corrida eleitoral e outra parte está firme com o ex-governador Andre Puccinelli. Mas as últimas conversas estão reaproximando o governador Reinaldo Azambuja de André. Só para lembrar aqui, o PSDB foi o principal aliado do MDB e de André por muitos e muitos anos. Tanto que os vices prefeitos de André eram do PSDB.
Mas nas eleições de 2012, o PSDB não aceitou apoiar a candidatura de Edson Giroto para prefeito de Campo Grande. E Azambuja, que naquela época se tornou maior líder dos tucanos no Estado, saiu candidato a prefeito e por pouco não tirou Giroto do segundo turno. O então deputado estadual Alcides Bernal acabou batendo Giroto nas urnas com apoio de Azambuja.
Ali estava consumado o rompimento de Azambuja e André. Só que para as eleições de 2022, os dois voltaram a conversar. Azambuja tem atraído para seu grupo alguns andrezistas de carteirinhas, como o deputado estadual Eduardo Rocha, que assumiu a Secretaria de Governo, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, do DEM.
É bom deixar claro que nenhum deles rompeu com André. Mas optaram por apoiar Riedel. Isso esvazia a pré-candidatura de André e lá na frente não será surpreendente se o ex-governador estar no palanque de Riedel disputando um mandato no Legislativo.
O novo partido, em formação com a fusão do DEM com PSL, aposta na pré-candidatura da deputada federal Rose Modesto, do PSDB, para concorrer ao Governo do Estado. Ela foi vice-governadora do primeiro mandato de Azambuja, disputou a Prefeitura de Campo Grande, em 2016, com apoio da máquina do Estado e acabou perdendo a eleição para Marquinhos Trad no segundo turno.
Rose seria mais uma aliada e correligionária de Azambuja que pode se transformar em adversária nas eleições de 2022.