A insatisfação com o serviço de saúde pública é uma das maiores queixas de todos os cidadãos brasileiros. Em Três Lagoas, não é diferente. Enfrentar as diversas reclamações e problemas neste setor será um dos grandes desafios do próximo prefeito de Três Lagoas.
Embora a área da saúde seja uma das que mais recebe investimentos, parece não haver recursos o suficiente para atender todas as demandas. Há gestores que dizem que a saúde “é um saco sem fundo”. Somente em 2015, a Prefeitura de Três Lagoas aplicou R$ 126,9 milhões no setor, o equivalente a 29,25% de todo o orçamento municipal do período. Segundo a Constituição Federal, o município deve gastar, obrigatoriamente, o mínimo de 15% do seu orçamento em saúde.
Para a prefeita Márcia Moura (PMDB) “sem sombra de dúvidas” a saúde será um dos maiores desafios para o próximo gestor. “Sabemos que na Constituição Federal, o mínimo que deve ser aplicado na saúde é de 15%, mas sempre ultrapassamos este percentual. A demanda de atendimento mudou nos últimos anos devido à vinda de novas indústrias, o que ocasionou o crescimento populacional e, com isso, os serviços prestados à população também aumentaram”, destacou.
Márcia ressalta ainda que, Três Lagoas é polo da macrorregião e atende pacientes de outros municípios, como Água Clara, Bataguassu, Brasilândia, Santa Rita do Pardo, Selvíria, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Inocência e Paranaíba, que geralmente realizam consultas em especialistas ou são atendidos na área de urgência e emergência. “Por isso, é preciso que o próximo gestor tenha o entendimento que os recursos para administrar a saúde não podem ser somente de Três Lagoas, mas sim também do governo Estadual e Federal, para que possa atender a todos com a melhor qualidade”, acrescentou.
Muitos pacientes recorrem ao Ministério Público Estadual quando não conseguem o atendimento. As principais reclamações que chegam a 4ª Promotoria de Justiça nesta área são: falta de previsão de agendamento de exames e consultas pelo SUS, falta de atendimento neurológico, e recusa de atendimento médico, dificuldade para cirurgia de catarata e consulta com ortopedista. Falta de medicamentos, de leite e fórmulas nutricionais fazem parte da lista de reclamações no MP.