A presidente Dilma Rousseff disse na noite desta quinta-feira (14), em Porto Alegre, que pretende apresentar no próximo mês de agosto um novo plano de desenvolvimento produtivo baseado em três eixos: exigência de conteúdo local na produção, inovação tecnológica e fortalecimento do comércio exterior. O anúncio foi feito em discurso a empresários durante a cerimônia de posse do novo presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), Heitor Müller, na sede da entidade, na capital gaúcha.
Para estimular a presença de conteúdo local na produção industrial, Dilma afirmou que o governo deve promover a expansão do crédito e o aperfeiçoamento do regime tributário, incluindo uma revisão do Super Simples. Outro instrumento deve ser a adoção de uma “política vigorosa” de compras governamentais. A presidente também prometeu a simplificação do acesso das empresas aos “instrumentos necessários ao processo de inovação”.
" Estamos em processo acelerado de capitalização da FINEP [Financiadora de Estudos e Projetos] para fomentar pesquisa", acrescentou a presidente.
Aos industriais gaúchos, Dilma ainda antecipou a intenção de adotar “instrumentos ousados” de apoio à exportação. A ideia, segundo ela, é priorizar a diversificação da pauta brasileira, com ênfase em produtos manufaturados. "E vamos fazer defesa contundente contra práticas protecionistas desleais", arrematou.
Bolsas no exterior
Em seu pronunciamento, Dilma ainda disse que deve lançar na próxima reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, no final do mês, o programa Brasil Sem Fronteiras, de incentivo à pesquisa científica e inovação.
A iniciativa prevê a concessão de 75 mil bolsas de graduação e pós-graduação via Capes e CNPq nas 30 melhores universidades do mundo nas áreas de engenharia, ciências exatas, tecnologia da informação e ciências médicas. A medida foi comparada pela presidente a projetos adotados por outras nações emergentes nos últimos anos.
A presidente ainda lembrou o momento de instabilidade e estagnação vivido pelas economias da Europa e dos Estados Unidos, o que atrai capitais estrangeiros para nações emergentes com o Brasil, provocando pressão inflacionária e valorização da moeda. Nesse cenário, Dilma elogiou as ações do governo para garantir o controle da inflação, o cumprimento de metas de superávit e a manutenção da geração de emprego.
A presidente ainda declarou que o Brasil provou nos últimos anos ser capaz de enfrentar as turbulências de economia e “encontrar dentro de si a força para ir além”. "Nosso destino é nos transformarmos em uma das grandes economias do mundo", completou.