Sem palavras. Foi assim, entrando mudo e saindo calado perante a imprensa, que se resumiu a visita a Campo Grande do ministro da Educação, Victor Godoy Veiga. Ele participou ao lado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) de ato de inauguração do LabCrie (Laboratório de Criatividade e Inovação para a Educação Básica) na cidade.
A pasta que comanda, o MEC (Ministério da Educação), é o epicentro de uma grande crise política e também administrativa no governo de Jair Bolsonaro (PL), existindo até a hipótese de que Victor esteja orientado pelo presidente a não conceder entrevistas.
Caso essa seja mesmo a ordem presidencial, ela foi cumprida à risca em Campo Grande. "Vou falar depois", se resumiu Victor ao ser abordado pela reportagem da CBN Campo Grande já na saída do evento e depois ter feito várias negativas a outros veículos.
Victor saiu do LabCrie, que foi montado no Centro de Formação e Pesquisa Professora Mariluce Bittar, localizado no bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, e seguiu para agenda interna com Reinaldo e o reitor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Marcelo Turine.
O reitor também não concedeu entrevistas para se esquivar de polêmicas, enquanto Reinaldo conversou com a imprensa na chegada ao evento, no tradicional quebra-queixo (jargão jornalístico para se referir a as entrevistas feitas em pé, com vários repórteres, e com os microfones posicionados na altura do queixo do entrevistado).
Entre os assuntos que ficaram sem resposta, está como caminham os procedimentos abertos pelo MEC para apurar as denúncias que envolvem o ex-chefe da pasta, Milton Ribeiro, e o atual posicionamento do ministério sobre tal questão.
Além disso, servidores das universidades federais, entre elas a UFMS, iniciaram hoje uma paralisação de atividades em protesto a não concessão dos 19,99% de reajuste ao qual reivindicam. O Governo Federal anunciou na semana passada um índice de apenas 5%.