Diante dos recentes casos de ataques e ameaças de violência em escolas do estado e de todo o país, o governo de Mato Grosso do Sul elaborou um plano emergencial com medidas para aumentar a segurança nas escolas. O pacote de medidas foi apresentado no final da manhã desta quarta-feira (12) pelo governador Eduardo Riedel (PSDB) e demais autoridades, em coletiva de imprensa realizada no auditório da governadoria.
As ações, em sua maioria voltadas para as unidades da Rede Estadual de Ensino (REE), incluem monitoramento total por câmeras, botão do pânico e rondas aéreas.
O secretário de Estado de Educação, Hélio Daher, destacou ações como o aumento do monitoramento por câmeras; o acompanhamento de psicólogos nas unidades escolares, a partir da criação de núcleos de segurança; e a distribuição de cartilhas com informações para a comunidade escolar e familiares.
"Vamos aumentar o número de escolas monitoradas e, mesmo para as que já possuem câmeras, vamos ampliar a cobertura do sistema de vídeo cobrindo também a entrada e a rua da frente das unidades. Também estamos lançando o Núcleo de Pesquisa e Prevenção de Acidentes nas Escolas (Nuppae), não só para casos de violência mas como qualquer outra emergência, e o Núcleo de Inteligência e Segurança Escolar (Nise) justamente para que a gente possa implementar ações de inteligência dentro das nossas escolas, focadas na identificação dos estudantes e reação a atitudes violentas. E, além disso, a ampliação do programa Escola Segura Familia Forte", explicou o secretário.
A importância da orientação correta para profissionais da educação foi reforçada pela delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Rozeman Geise Rodrigues, para que a investigação e a reação dos policiais aos atos de violência sejam mais efetivos. De acordo com ela, a Polícia Civil atua em duas frentes para garantir mais segurança aos alunos.
"Toda a ação tem sido firmemente e imediatamente apurada, inclusive já temos vários casos de sucesso de identificação, medidas cautelares, condução de adolescentes para as unidades e apreensão de celulares. A Polícia Civil tem atuado com dois focos, o primeiro é um eventual e possível ataque à uma escola. O segundo foco é verificar a possibilidade de causar pânico em razão dessas publicações nas redes sociais, e para isso a polícia utiliza de diversas técnicas de identificação na internet para diminuir o pânico e desarticular qualquer tipo de risco das ameaças", afirmou a delegada.
A subcomandante da Polícia Militar/MS, Neidy Centurião, enfatizou o início de rondas aéreas nas unidades escolares.
"Nós estamos com os nossos policiais militares capacitados e indo até as escolas, mesmo que sem o pedido do diretor, para fazer essa visita prévia com abordagens técnicas e policiais. E não se assustem com o sobrevoo dos helicópteros nas escolas, é uma forma preventiva também. Nós estamos observando todos os processos para aumentar a segurança nas escolas. Estamos preparados até para um possível evento, mas acredito que não vai acontecer porque a segurança pública está muito presente e atuante em Mato Grosso do Sul", disse.
As demais ações e medidas propostas foram apresentadas pelo governador do estado, Eduardo Riedel, ao final da reunião, como o trabalho do Centro de Operações de Segurança Integrado (Cosi) com o monitoramento total das escolas e a aplicação do "botão do pânico" nas unidades para casos de emergência.
"Teremos um monitoramento total das nossas escolas (da Rede Estadual de Ensino) com o Centro de Operação que, ao final desse mês, chegamos a 298 escolas 24h por dia e sete dias por semana sob monitoramento, e o monitoramento vem acompanhado de uma resposta em tempo real. Quando ocorre um problema na escola, dependendo da gravidade, está sendo implantado agora e já está em funcionamento o botão do pânico, essa é uma novidade, em até cinco ou seis minutos uma força de atendimento estará na escola, podendo ser estartado pelos educadores e diretores da escola ou pela própria central", declarou Riedel.
O governador ainda deixou claro que todos os profissionais de educação passarão por treinamentos e capacitações para que "saibam lidar com essas diferentes situações e se sintam mais seguros para agir em casos de emergência".
Também presente na reunião, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems), Gerson Claro (PP) contou que as discussões no plenário referentes a esse assunto têm sido constantes.
"Temos diversos projetos tramitando na casa sobre esse assunto e a preocupação dos deputados hoje é que a gente não leve esse assunto para um debate razo para que a sociedade entre em pânico, mas sim de criar uma sensação de segurança e poder contribuir de fato para que a gente melhore a nossa convivência. Não é apenas uma questão de polícia, de professores e educação, são famílias desestruturadas, precisamos conscientizar a população, os pais precisam saber o que seus filhos consomem na internet dentro de casa, essa é a preocupação da Assembleia", concluiu o presidente da Alems.