Durante coletiva de imprensa realizada na manhã de segunda-feira, o presidente da Câmara Municipal, Jorginho do Gás, ao se defender da denúncia do seu ex- assessor Tonico, disse que ele não tinha que devolver parte do seu salário para ele. Jorginho informou que o assessor recebia um salário de R$ 1.800, mas com os descontos, sobrava pouca coisa, por isso, não procedia a denúncia de que Tonico tinha que devolver R$ 2 mil.
Textualmente, disse: “ele [o assessor] falou em entrevista que tinha que devolver R$ 2 mil. Se você pegar de 2013 até agora, o seu salário era R$ 1.800. No holerite dele tem um empréstimo de R$ 700, tem farmácia no valor de R$ 300, R$ 400, R$ 500 por mês. Ele recebe entre R$ 800 e R$ 900, então, como é que ele me devolvia R$ 2 mil? Então, há um desencontro de informações. Então, não houve nenhum empréstimo, não houve nada, não sei o porquê de tudo isso. Agora, a pessoa jogar tudo isso para cima, quando não estou aqui, alguma coisa está por traz de tudo isso, porque ninguém joga um bom emprego da noite para o dia. Até agora não entendi. Volto a dizer, ele era um bom funcionário, tinha um bom relacionamento, trabalhava muito, andava comigo não tinha horário, a hora que eu precisava ia comigo…”, disse Jorginho do Gás.
HOLERITES DO ASSESSOR
Entretanto, os holerites de Tonico, que estão anexados ao procedimento preparatório instaurado pelo Ministério Público Estadual em novembro do ano passado, comprovam que em 2012, ele recebia um salário de R$ 3.039,15. O seu salário era de R$ 2.067,45, mas como tinha direito a uma gratificação de 0,47% sobre o fixo, que equivale a R$ 971,70, o seu salário totalizava um vencimento de R$ 3.039,15. Desse valor, Tonico disse que era obrigado a devolver para o presidente R$ 2 mil mensalmente, e ficava com R$ 600, que era o valor que lhe restava. Mas, de acordo com os descontos, houve mês que sobrou menos.
Em janeiro de 2013, quando Jorginho do Gás assumiu a presidência da Câmara, Tonico disse que o procurou e não queria mais fazer parte desse esquema de devolução de dinheiro e que queria receber o seu salário integralmente, foi quando Jorginho, então, cortou a sua gratificação e consequentemente reduziu o seu salário. Mesmo assim, Tonico alega, que continuou trabalhando na Câmara e devolvendo dinheiro para o presidente. No ano passado, resolveu parar de devolver dinheiro para Jorginho do Gás, presidente da Câmara Municipal, de Três Lagoas e resolveu fazer denúncia ao Ministério Público Estadual.
VEREADORES
Na manhã de ontem, o presidente da Câmara Municipal, Jorginho do Gás, se reuniu com os vereadores para justificar a sua conduta em relação a denúncia feita pelo seu ex-assessor. Os vereadores Rialino, Tonhão e Adão da Apae, disseram ao Jornal do Povo que pretendem aguardar um posicionamento do Ministério Público Estadual em relação a denúncia feita pelo assessor, para então comentarem e decidir qual posição que irão adotar. O Jornal do Povo tentou falar com outros vereadores, mas não obteve êxito nas ligações feitas para os telefones celulares.