A temperatura do debate é alta e a pressão política do governo é forte, mas a oferta de internet via banda larga pelo Brasil, como quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é uma promessa eleitoral com tantas etapas para cumprir que só no próximo governo deve virar realidade.
Para técnicos e especialistas do setor, mesmo que se consiga definir no próximo mês as diretrizes, não há como colocar em prática neste ano o Plano Nacional de Banda Larga.
O mais provável, segundo um técnico ligado ao governo, é que o Planalto faça o lançamento de um protocolo de intenções, que pode ser usado como bandeira política na campanha eleitoral.
– É muito difícil que o plano seja executado este ano, a não ser que seja algo absolutamente marginal, nada relevante.
O maior problema, para uma fonte da iniciativa privada, foi atrelar a necessidade de expandir a banda larga à discussão para revitalizar a Telebrás, empresa que deverá administrar e operar o plano.
Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, reconhece que não há tempo hábil para o plano ser executado pelo governo Lula, mas pondera que algumas medidas podem ser tomadas, com impactos ainda neste ano.
– Certamente podemos ter o estabelecimento das linhas de ação para a empresa gestora do plano e fazer ações de caráter organizativo caso a Telebrás seja escolhida como gestora.
A reativação da estatal, que teve as subsidiárias privatizadas em 1998, é defendida por Lula. A decisão sobre a reativação da empresa será tomada em abril, quando o presidente voltará a se reunir com os ministros para bater o martelo sobre o lançamento oficial do plano.