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Desafios

Futuro prefeito de Três Lagoas terá de investir mais em infraestrutura

Sucessor de Márcia Moura terá entre principais desafios a obtenção de mais recursos para execução de obras de asfalto e drenagem

40% das ruas de Três Lagoas não possui pavimentação asfáltica; avenida Jary Mercante é uma delas - Ana Cristina Santos/JP
40% das ruas de Três Lagoas não possui pavimentação asfáltica; avenida Jary Mercante é uma delas - Ana Cristina Santos/JP

A partir desta edição, o Jornal do Povo publicará três reportagens especiais mostrando os principais desafios do próximo prefeito de Três Lagoas, em áreas consideradas essenciais na cidade. A primeira aborda a área de infraestrutura, considerada como uma das mais desafiadoras para quem assumir a administração da cidade, a partir de 1ª de janeiro de 2017.

De acordo com o secretário de Infraestrutura, Ricardo Cobianchi, atualmente o perímetro urbano de Três Lagoas possui 60% de suas ruas pavimentadas. Portanto, o próximo prefeito terá o desafio de conseguir recursos para pavimentar 40% das vias. E muitas dessas ruas ainda não foram asfaltadas, porque não possuem drenagem de águas pluviais.

A partir de 2006, da administração da ex-prefeita Simone Tebet (PMDB) e, consequentemente da prefeita Márcia Moura (PMDB), foi que o percentual de ruas pavimentadas em Três Lagoas teve um aumento significativo. Até então, a cidade tinha de 10% a 15% de vias asfaltadas. E, apesar da quantidade de obras executadas nesse período, o asfalto ainda continua sendo um dos maiores anseios dos moradores, principalmente de quem não tem pavimentação em frente da casa.

Para o atual secretário de Infraestrutura, esse, inclusive será um dos grandes e mais difíceis desafios do próximo administrador. Embora Três Lagoas tenha uma arrecadação considerada boa, se comparada a de outros municípios, Cobianchi disse que não é suficiente para resolver os inúmeros problemas e atender as diversas demandas da cidade.

“Três Lagoas até que tem uma arrecadação razoável, mas a prioridade é na área da saúde e educação, então não sobra muito para investimentos. Não tem como se executar obras de drenagem só com recursos próprios. É preciso haver mais investimentos por parte dos governos federal e estadual. Três Lagoas é uma cidade que contribui muito para o desenvolvimento do país, então precisa ter o retorno”, destacou o secretário.

GRANDES OBRAS
Em 2013, a prefeita Márcia Moura apresentou um projeto ao governo federal, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), solicitando um financiamento no valor de R$ 84 milhões para a execução de obras de drenagem e asfalto. 

Na época, esse recurso seria suficiente para a construção de drenagem em quatro grandes bacias, nas regiões dos bairros: Paranapungá, do Córrego da Onça, Jardim Alvorada e Jardim Imperial. Com isso resolveria grande parte dos alagamentos que ocorrem em alguns pontos da cidade. Apesar de ser um financiamento, o governo federal aprovou apenas R$ 5 milhões, que não foram liberados até hoje.

De acordo com o secretário de Infraestrutura, atualmente a execução das obras apresentadas nesse projeto, estão avaliadas em cerca de R$ 300 milhões. “Obra de drenagem é muito cara. O município não tem condições de executar uma obra nesse montante sozinho”, salientou.

SONHO
A jornalista Ana Maria Barbosa disse que sonha com a pavimentação asfáltica do restante da rua Elmano Soares, via onde a família mora há 50 anos. “Essa é uma rua importante, de acesso a rodoviária , a rodovia, ao centro da cidade, enfim, uma rua importante e antiga da cidade. Então, a gente fica nesse expectativa de ter o asfalto”, destacou.

Ainda de acordo com Ana Maria, a maioria das pesquisas aponta que a maior demanda da população é o asfalto. 

“Qualquer candidato que for eleito, tem que ter o foco no que as pessoas que o elegeram, ou a cidade, como principal necessidade. A pessoa quando mora na cidade, no mínimo, o que ela quer ter é pavimentação, iluminação, hospital, escola, e equipamentos públicos que uma cidade proporciona, porque senão moraria em uma fazenda”, disse a jornalista, ressaltando que, esse é um passivo de longa data e não exclusivamente desta administração, mas que precisa ser resolvido.

Na outra ponta da cidade, moradores do Jardim das Violetas também aguardam ansiosos por obras de asfalto e drenagem. O bairro, constituído por casas populares, não dispõe de infraestrutura básica, como asfalto, drenagem e esgoto. Em época de chuvas, os moradores sofrem com a situação das ruas. “Quando chove, vem uma enxurrada do Jardim Imperial, que deixa as ruas do Jardim das Violetas intransitáveis. Espero que o próximo prefeito possa resolver o problema dessas ruas, bem como a iluminação do bairro”, disse a dona de casa, Paula dos Santos Ribeiro. 

A estudante Maiara Ribeiro disse que espera do próximo administrador de Três Lagoas áreas de lazer no bairro, faixa de pedestre em frente à escola municipal Marlene Noronha, limpeza nos terrenos baldios e saneamento básico.

RECAPEAMENTO
Apesar dos investimentos feitos nesta área nos últimos anos, segundo Cobianchi, existem outros desafios nesse setor, como recapeamento das ruas, que estão com o pavimento bastante deteriorado. “Tem ruas que não adiantam mais fazer tapa buracos, porque os asfaltos são antigos, precisam ser recapeados”, frisou.

Ainda de acordo com o secretário, o município tem dificuldade para a manutenção do serviço, já que a frota de maquinários e equipamentos do Departamento de Obras (DOS) é antiga e reduzida. “O DOS tem uma equipe competente, que tem feito um bom trabalho”. 

A zona rural também requer atenção. Além da recuperação de estradas de terra, o município tem 84 pontes que necessitam de reforma. “As pontes não foram projetadas para esse tráfego de caminhões que transportam madeiras, proporcionando o desenvolvimento, mas também acarreta em problemas. E temos uma equipe para fazer a reforma dessas pontes”, comentou.