Os gastos públicos estimularam a economia em 2009 e vão continuar a impulsioná-la neste ano. A expectativa dominante é de que as despesas não financeiras do governo federal seguirão em alta expressiva, ainda que a um ritmo um pouco inferior ao do ano passado, e deverão ser acompanhadas pela forte aceleração dos dispêndios de Estados e municípios. Em 2009, as despesas estaduais e municipais ficaram quase estagnadas, quando se desconta a inflação. Com a recuperação das receitas e as eleições, a aposta é de forte aumento dos gastos, especialmente dos Estados.
O economista-chefe da corretora Convenção, Fernando Montero, estima que os gastos da União e de Estados e municípios vão avançar a uma taxa semelhante neste ano, de 8%, já descontada a inflação. Isso equivale a um aumento de despesas de aproximadamente R$ 77 bilhões, considerando que as três esferas de governo representaram pouco mais de 31% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2009. De janeiro a novembro do ano passado, as despesas federais cresceram 10,5% sobre igual período de 2008, enquanto os gastos estaduais e municipais caíram 0,5% em termos reais, estima ele. No conjunto, uma alta real de 5,7% dos dispêndios não financeiros das três esferas de governo, inferior à esperada por ele para este ano. "Em 2010, haverá uma sincronização das despesas federais, ainda crescendo muito, com a reaceleração dos gastos estaduais e municipais".