A Justiça Eleitoral suspendeu na tarde desta segunda-feira, 22, a cassação do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM). Com o efeito suspensivo, concedido pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral, Aloísio Sérgio Resende Silveira, o prefeito permanece no cargo até julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP). Kassab, sua vice, Alda Marco Antonio (PMDB), e outros oito vereadores foram cassados no fim de semana por captação de recursos considerados ilícitos na campanha eleitoral de 2008.
Nesta segunda, o prefeito tentou dissociar os contratos da Prefeitura com empreiteiras das doações que recebeu. Reportagem do Jornal da Tarde aponta que cinco dessas empreiteiras somam R$ 243 milhões em contratos já pagos pela Prefeitura desde 2009. Juntas, Camargo Corrêa, OAS, Carioca Christiani Nielsen, Engeform e S/A Paulista doaram R$ 6,8 milhões para a campanha de Kassab à reeleição.
Questionado sobre as contratações milionárias, Kassab afirmou que os recursos não têm relação com os contratos da administração municipal. "Uma coisa é a administração municipal, outra é a campanha. O governo é sério e pauta suas contratações em licitações transparentes", disse Kassab, após inaugurar, na região do Aricanduva, zona leste da capital paulista, o 12º Centro de Referência de Assistência Social (Cras). Alda o acompanhou no evento.
Na rápida entrevista concedida após a inauguração, o prefeito voltou a defender as contas de campanha. Ele lembrou que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já decidiu favoravelmente em questões similares relacionadas à campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Existe, por parte da Justiça Eleitoral, um posicionamento dizendo que as doações são legais", afirmou.