Após ter sido alvo de mandado de busca e apreensão em sua residência pela Operação “Lama Asfáltica” desencadeada na manhã de ontem (9), em Campo Grande, quando sua residência foi arrombada pela Polícia Federal em ação conjunta com a Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público Federal (MPF) e Receita Federal do Brasil (RFB), o assessor especial dos Ministérios dos Transportes, Edson Giroto, pediu afastamento do cargo que ocupa desde março deste ano.
O afastamento de Giroto foi confirmado pelo Ministério dos Transportes, em nota, encaminhada ao Jornal do Povo, que diz: “O ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, teve conhecimento, nesta quinta-feira, dia 9 de junho, da Operação “Lama Asfáltica” da Polícia Federal, Receita Federal e CGU em Campo Grande. O assessor especial do Ministério dos Transportes, Edson Giroto, solicitou afastamento de suas funções no Ministério para tratar de assuntos particulares”. O Jornal do Povo tentou falar com Giroto, mas ele não retornou as ligações.
O advogado de Giroto, José Valeriano de Souza Fontoura, confirmou ao Jornal do Povo, que houve a apreensão de um computador da casa de Giroto, que pertence a sua esposa, e nada mais. Fontoura informou que Giroto não foi intimado e que nesta quinta-feira, estaria em Campo Grande vindo de Brasília, para prestar todos os esclarecimentos aos órgãos que realizaram essa operação. Ainda de acordo com o advogado, Giroto pediu afastamento do cargo para não causar constrangimento ao Ministério dos Transportes. “O Giroto não foi intimado, não é réu, nada disso. Mas, está à disposição para colaborar com as investigações e entregar toda a documentação que for necessária”, disse o advogado.
MANDADOS
Na manhã de ontem, durante a Operação “Lama Asfáltica”, a Polícia Federal cumpriu 19 mandados de busca e apreensão e quatro ordens de afastamentos de servidores estaduais, expedidas pela 5ª Vara Federal de Campo Grande. Segundo a PF, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em um órgão público estadual, empresas que possuem contratos com o poder público e em residências dos envolvidos. Durante a operação, foram apreendidos mais de 700 mil em dinheiro, em reais, euro, dólar e mais de R$ 3 mil em cheque.
De acordo com a Polícia Federal, a operação teve como objetivo a desarticulação de organização criminosa especializada em desviar recursos públicos, inclusive, federais, por meio de fraudes a licitações, contratos administrativos e superfaturamento em obras públicas. Os prejuízos somam cerca de R$ 11 milhões. De acordo com a PF, as investigações foram iniciadas em 2013, e chegaram a uma organização, que atua no ramo de pavimentação de rodovias, construção de vias públicas, coleta de lixo e limpeza urbana, entre outras atividades na administração pública.
Segundo a Polícia Federal, as investigações chegaram à existência de um grupo que, por meio de empresas em nome próprio e de terceiros, superfaturam obras contratadas com a administração pública, mediante a prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos. Ainda segundo a PF, foram identificadas, através dessas empresas, vultosas doações de campanhas à candidatura de um dos principais envolvidos.
As investigações apontaram que, fiscalizações realizadas pela CGU e perícias efetuadas pela Polícia Federal comprovam a existência de diversas irregularidades em obras executadas por empresas do grupo, através de fraudes na execução dos contratos.