A lista de nomes para o Ministério dos Transportes mencionada ontem (7) pelo deputado Lincoln Portela (MG), líder do PR na Câmara, tem um sul-mato-grossense.
Os rumores sobre a cotação do deputado Edson Giroto, ex-secretário de Obras do governo André Puccinelli, para a vaga deixada por Alfredo Nascimento surgiram logo assim que o ex-titular da pasta entregou sua carta de demissão, e ganham força à medida que a resistência aos favoritos para o posto aumenta.
Engenheiro civil por formação, Giroto tem a seu favor o conhecimento da área. Com isso, atende a um dos pré-requisitos já sinalizados pela presidente Dilma para o novo ministro: o perfil técnico. Por ser deputado, também se enquadra em outro desejo da presidente, que é a vivência política.
Neste quesito, aliás, pode estar também o ponto fraco do deputado. Este é o seu primeiro mandato e sua pouca experiência no Congresso pode pesar contra sua indicação.
Vice-líder do bloco parlamentar formado pelo PR, PRB, PTdoB, PRTB, PRP, PHS, PTC, PSL, Giroto disse que o partido buscaria um consenso sobre quem será o futuro ministro. A escolha deve ser anunciada na próxima semana.
Ontem (7), o líder do PR na Câmara afirmou que o partido tem uma lista com oito a dez nomes para o cargo.
O primeiro deles é o senador Blairo Maggi, do vizinho Mato Grosso. O problema é que o próprio Maggi, dono de um império formado por empresas que vão da produção de grãos a portos, teme que a indicação atrapalhe seus negócios pessoais.
Padrinho de Luiz Antonio Pagot, afastado do Dnit por denúncias de corrupção e esquema de pagamento de propinas, há quem diga em Brasília que sua eventual posse seria um prato cheio para o início da já cogitada "CPI do Dnit".
Some-se ao "telhado de vidro" a resistência dos ambientalistas, que já agraciaram Maggi com o título de "motossera de ouro", e teme-se a receita para novos desgastes.
Após perder dois ministros no curto período de seis meses por denúncias de corrupção, desgaste é tudo o que o governo não quer.
Se o senador é o preferido do partido, o favorito do Planalto é o atual interino, o secretário-executivo Paulo Sérgio Passos. Mas a falta de consenso entre o governo e o PR sobre sua indicação pode levá-lo, mais uma vez, a sentir o gosto da cadeira de ministro apenas por um breve período, o que já aconteceu duas outras vezes.