O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) disse na manhã desta segunda-feira, 5, para jornalistas de Campo Grande que cobriam sua visita ao Aquário do Pantanal, que a construção dos Hospitais Regionais de Três Lagoas e Dourados não serão iniciadas neste início de governo. Para o novo governador, o importante para saúde no momento é aumentar o atendimento para a população e não construir novos hospitais.“Em relação a estas duas obras, por enquanto, vamos aguardar. Em Dourados, disse que já existem dois hospitais prontos para funcionar e que ira buscar parcerias necessárias para aumentar o atendimento e que este é o mesmo caso de Três Lagoas.
De acordo com Azambuja, em Três Lagoas, a ação imediata será a de investir no Hospital Auxiliadora, que segundo informações que dispõe faltam poucos recursos para concluir a ampliação de vagas na enfermaria, que possibilitará a abertura de mais vagas e leitos para a população.O importante, de imediato, é aumentar o atendimento e não executar obras, a prudência nos diz que que iniciar construções podem durar dois anos para serem concluídas não é tão prioritário considerando-se a urgência de se ampliar a prestação de serviços, atendimentos e abertura de novos leitos na rede pública da saúde.
O mesmo deverá ocorrer em Campo Grande com a conclusão do Hospital do Trauma e do Hospital do Câncer, informou Reinaldo. “A saúde não precisa de obra, ela precisa de atendimento para a população”, frisou.
O posicionamento do governador foi destacado pelo novo secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, que em entrevista a um jornal da capital, disse que a ideia é reforçar o atendimento nas estruturas já existentes e fazer ampliações, pois uma obra demora muito, e os pacientes não podem esperar para receber o tratamento. O secretário disse ser contrário a construção do Hospital Regional de Três Lagoas, porque a cidade conta com o Hospital Auxiliadora. “Em vez de construir é preferível fazer essa estrutura funcionar de verdade”, reforçou.
VAI ANALISAR
A assessoria do governador Reinaldo Azambuja, confirmou ao Jornal do Povo, que a prioridade do novo governo é finalizar as obras que estão em andamento no Hospital Auxiliadora para garantir a abertura de mais leitos. Ainda segundo a assessoria, o governo não descartou, no entanto, a construção dos hospitais regionais. Contudo, disse que Azambuja vai analisar os projetos dos dois hospitais e os contratos assinados com as empreiteiras. A assessoria informou que o novo governador está agendando uma visita ao Hospital Auxiliadora de Três Lagoas para analisar a situação, pois a ideia é investir no que já está pronto.
Posicionamento do governo não afetará curso de medicina, diz diretor da UFMS
A construção do Hospital Regional em Três Lagoas faz parte do Projeto de instalação do Curso de Medicina da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), no campus local. Para garantir o curso em Três Lagoas, na época, o então governador André Puccinelli (PMDB), se comprometeu em colaborar com a construção do Hospital Regional, cujas obras já eram para terem sido iniciadas em janeiro do ano passado. Na primeira licitação nenhuma empresa compareceu. E, na segunda, em que a construtora Prática venceu, foi necessário o cancelamento e abertura de novo procedimento licitatório que ocorreu em outubro, quando a CMT Engenharia venceu o certame.
No mês passado, ao término de seu mandato, o governador André Puccinelli esteve em Três Lagoas e assinou ordem de serviço autorizando o início das obras do Hospital Regional, as quais ainda não foram iniciadas. Segundo o engenheiro da CMT Engenharia, Esmeraldo Coelho Caires, a empresa está aguardando um posicionamento do novo governo. Mesmo a empresa vencendo a licitação, o engenheiro explicou que o governo pode cancelar o certamente se achar conveniente. A obra do Hospital Regional esta orçada em R$ 41,2 milhões. Puccinelli informou que deixou esse valor em caixa para a execução da obra.
A não construção do Hospital Regional, segundo o diretor do campus de Três Lagoas da UFMS, José Antônio Menoni, não deverá interferir no andamento do Curso de Medicina, cujas aulas foram iniciadas em agosto do ano passado. Menoni informou que poderá ser feito um convênio como o Hospital Auxiliadora para atender as necessidades do curso de medicina, assim como já ocorre em relação ao Curso de Enfermagem.O diretor, por sua vez, não comentou sobre a decisão do novo governo em não executar neste momento o Hospital Regional.