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Governador eleito Eduardo Riedel quer desenvolvimento e harmonia

Primeira entrevista de Riedel após o resultado do segundo turno das eleições foi concedida ao jornalismo do Grupo RCN

Futuro > governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) - Arquivo/JP
Futuro > governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) - Arquivo/JP

Eduardo Riedel (PSDB) foi eleito governador de Mato Grosso do Sul com 56,9% dos votos válidos no segundo turno das Eleições 2022. Ele disputou pela primeira vez uma eleição e, no primeiro turno, ficou na segunda colocação, mas, ao final, venceu o pleito em 72 dos 79 municípios do Estado, tendo recebido mais de 800 mil votos. Poucas horas depois da divulgação do resultado, ele concedeu uma entrevista exclusiva para a rádio CBN Campo Grande, transmitido pelas emissoras do Grupo RCN em Três Lagoas, Apárecida do Taboado e Paranaíba.

Quando o senhor deve definir o primeiro escalão? Já tem algum nome que possa adiantar?

Riedel: A gente ainda não tem nomes, eu tenho, na minha cabeça, a perspectiva para alguns cargos, mas eu não tenho o primeiro escalão definido e eu quero ainda nesse ano, assim que definir o conjunto dos nomes, chamar a imprensa para comunicar como será composto esse primeiro escalão, mas hoje isso ainda não está completo. Eu vou aguardar uma discussão, uma análise. Ver o formato do governo, do ponto de vista do organograma, da sua constituição e ver as pessoas mais adequadas para assumirem responsabilidades. Então, a gente vai conduzir isso com a calma necessária para formar um bom time. Um time que possa se dedicar integralmente às causas do Mato Grosso do Sul, esse é o nosso momento agora.

O senhor foi eleito com uma grande base parlamentar tanto na Assembleia quanto no Congresso Nacional. O presidente Jair Bolsonaro não foi reeleito e o senhor seguiu com ele nessa corrida eleitoral. Como será o seu relacionamento com o presidente Lula? Vai buscar apoio do PT?

Eu sempre disse que, ao assumir a responsabilidade de conduzir o estado, eu estarei representando Mato Grosso do Sul e sentarei com o presidente da República para discutir os assuntos do Mato Grosso do Sul, uma relação institucional do Estado com o governo federal. Eu não escondo e sempre falei da minha linha de atuação para a eleição do presidente Bolsonaro. Na medida que não houve êxito na eleição, o Lula vai assumir em janeiro e eu vou assumir o governo do Estado. Então, essa relação vai ser do diálogo, da conversa em torno dos interesses do Estado de Mato Grosso do Sul, sendo conduzida com foco no projeto estabelecido de crescimento, de desenvolvimento, de inclusão, de tudo aquilo que a gente falou ao longo da campanha. Uma relação de respeito, de foco nos resultados para o Estado de Mato Grosso do Sul. Nós temos uma bancada forte, estabelecida, tanto no Senado Federal quanto na Câmara dos Deputados, essa bancada vai cumprir um papel importante pelo Estado de Mato Grosso do Sul também. E é dessa maneira que a gente vai manter esse relacionamento. Eu acredito que depois de uma eleição, principalmente a nacional que o Brasil saiu tão dividido, nós temos que reestabelecer a harmonia, entendo que esse tem que ser o nosso foco e pensar a política pública para Mato Grosso do Sul. Então, terei uma relação de liderança aqui no estado, fazer valer as nossas convicções, o nosso planejamento e buscar apoio no governo federal em relação aquilo que seja necessário ao Mato Grosso do Sul.

O senhor teve o apoio do PT em Mato Grosso do Sul. O partido poderá participar também da sua base política? 

Eu sou muito grato à toda base da esquerda e do PT que entendeu que eu seria o melhor nome para governar o Estado. E o meu compromisso é aquilo que sempre falei abertamente em torno do nosso projeto para Mato Grosso do Sul. Tenho convicção de que a base do PT na Assembleia Legislativa, propostas em comum assuntos que forem do interesse das bandeiras deles, estará presente e nós teremos esse diálogo. E nós temos várias que estão no meu plano de governo como o apoio às comunidades indígenas, que é uma bandeira que a base do PT carregou sempre muito forte. A educação, como a equiparação salarial do convocado e do efetivo. Então, os assuntos de interesse da base serão tratados no diálogo dentro daquilo que a gente tem como foco para Mato Grosso do Sul. Eu entendo que no Brasil ficou muito polarizada a discussão esquerda e direita, mas nós temos uma agenda que é de interesse da sociedade como um todo e eu tenho convicção que em boa parte dessas agendas teremos a parceria da Assembleia Legislativa para conduzirmos o resultado para a nossa gente. 

Qual será a primeira medida que o senhor pretende tomar como governador, em janeiro?  

Eu quero nomear o primeiro escalão. Acredito que isso seja o primeiro ato como governador. Temos que esperar o retorno da Assembleia para encaminhar algumas modificações organizacionais dentro do governo. E algumas questões legais da área social, também temos que aguardar para enviar, mas o primeiro momento é compor a equipe com toda força de trabalho. E pretendo fazer isso no começo, para que a gente tenha o máximo de aproveitamento de tempo em torno do foco no resultado das pessoas. Vamos trabalhar muito forte agora, em novembro e dezembro, na estruturação dessa equipe. 

A capital, Campo Grande, continuará sendo auxiliada pelo seu governo?

Com certeza. O governador Reinaldo já teve um olhar muito importante para Campo Grande. Tenho conversado muito com a prefeita Adriane, que tem grandes planos para Campo Grande. E eu quero ser um governador parceiro para nossa capital. Nossa capital merece, tem demandas estruturantes grandes pela frente e vamos trabalhar no sentido de buscar cada vez mais uma Campo Grande moderna, com infraestrutura, e que atinja as pessoas para levar o bem-estar para a população. Sem dúvida nenhuma que segue no nosso DNA uma ação municipalista. Essa foi uma bandeira que eu ajudei a construir enquanto secretário e não abro mão dela por entender que traz muito resultado para o desenvolvimento do Estado. 

O senhor pretende implantar algumas mudanças na organização administrativa do Estado. Quais seriam essas mudanças?  

Eu pretendo mudar sim algumas coisas, não quero antecipar aqui as transformações. Não necessariamente seja criar secretarias, mas consolidar algumas ações de maneira diferente. Acho que isso é importante logo no início do governo assim que a Assembleia voltar para que a gente tenha esse formato desenhado para o máximo de resultado possível para a eficiência da estrutura pública e otimizar o funcionamento do governo como um todo. 

Sobre a composição da nova mesa diretora da Assembleia Legislativa. O senhor vai participar das discussões?

Nós vamos acompanhar de perto, temos uma base importante, parlamentares experientes dentro da Assembleia e eles vão conduzir essa questão internamente. E nós sempre vamos respeitar a decisão deles para a composição da mesa. Uma mesa que a gente espera que seja comprometida com as pautas e a agenda que iremos conduzir para a ALMS, sempre com abertura de diálogo, de conversa.