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Operação Vostok

Governador nega em nota recebimento de propina de frigoríficos

Reinaldo Azambuja é apontado pela PF como integrande de grupo de corrupção

Azambuja nega acusações em nota emitida nesta quarta - Arquivo/JPNews
Azambuja nega acusações em nota emitida nesta quarta - Arquivo/JPNews

A assessoria do governador Reinaldo Azambuja distribuiu à imprensa, no início da noite desta quarta-feira (12), uma nota oficial em que negar participação em qualquer esquema de recebimento de propina, em Mato Grosso do Sul, e para criticar a execução da Operação Vostok, lançada pela Polícia Federal com ordem judicial de prisão de 14 pessoas.

Azambuja – candidato à reeleição pelo PSDB – disse que considera "extemporaneidade" a autorização de uma operação policial, pelo Judiciádio, a 20 dias da eleição. As prisões e buscas e apreensões de documentos na casa de suspeitos foi autorizada pelo ministro Feliz Fischer, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Na mesma nota, Azambuja afirma que nunca foi "convocado pelas autoridades constituídas para apresentar minha defesa às acusações da delação mais questionada do país", em referência à citação de seu nome como beneficiário de um esquema de propinas por executivos do grupo J&F.

Frigoríficos ligados ao grupo pagariam propinas em troca de benefícios fiscais autorizados por Azambuja, no prosseguimento de um esquema que teria começado durante o governo de André Puccinelli (MDB), entre 2007 e 2014. 

Puccinelli está preso desde 20 de julho, em Campo Grande, também por suspeita de corrupção. Ele nega.

Reinaldo Azambuja anuncia, na nota, que tenta reverter a ordem de prisão do filho Rodrigo, suspeito de ser operador do esquema de propinas.

Leia a íntegra da nota:

"Há um ano e meio me coloquei voluntariamente à disposição da Justiça para prestar os esclarecimentos necessários sobre este caso. Infelizmente, até o dia de hoje, jamais fui convocado pelas autoridades constituídas para apresentar minha defesa às acusações da delação mais questionada do país.

Mesmo respeitando as decisões do judiciário, não posso deixar de registrar a extemporaneidade de uma operação policial que ocorre a apenas 20 dias da eleição de forma intempestiva e midiática sem, contudo, a ocorrência de nenhum fato novo na tramitação do inquérito.

Estamos tomando as providências legais para reverter a prisão temporária do meu filho Rodrigo, que sempre esteve disponível e, até então, também sequer foi chamado a prestar depoimento.

Em respeito à população de Mato Grosso do Sul, continuo cumprindo normalmente a dupla jornada como governador do Estado e candidato à reeleição.

Tenho fé: a verdade prevalecerá.

Reinaldo Azambuja

Governador do Estado de Mato Grosso do Sul

Campo Grande, 12 de setembro de 2018."