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Governo atua para encerrar crise entre PT e PMDB

Foi numa cantina italiana que líderes do PT e PMDB selaram a trégua e firmaram um pacto de boa convivência, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Depois que o governo entrou em campo para estancar a crise de relacionamento entre o PT e o PMDB, o senador Tião Viana (PT-AC) foi ontem à tribuna e, em vez de partir para o ataque, limitou-se a revelar suas despesas médicas e odontológicas cobertas pelo Senado desde 1999. Ele se antecipou a “denúncias anônimas” de que haveria irregularidades nos gastos. O gesto de Viana ocorreu menos de 24 horas após um jantar entre o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, e os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL), Aloizio Mercadante (PT-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Gim Argello (PTB-DF) e Ideli Salvatti (PT-SC), na quarta-feira.

Foi numa cantina italiana que líderes do PT e PMDB selaram a trégua e firmaram um pacto de boa convivência, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ali ficou acertado o cessar-fogo para evitar tiros nos próprios pés e estilhaços no Planalto. “Todos concordaram em esquecer os ressentimentos e apoiar a reforma administrativa que o presidente do Senado, José Sarney, quer fazer”, afirmou Múcio, numa referência ao projeto para frear a sucessão de denúncias envolvendo o aparelhamento da Casa.


Viana não compareceu ao jantar porque ainda não fala com Múcio, mas desistiu do tom belicoso contra Sarney e Renan em seu pronunciamento, seguindo orientação do Planalto. A crise entre o PT e o PMDB vem se agravando desde a eleição para a presidência do Senado, em fevereiro, quando Sarney venceu Viana. Apesar da trégua estabelecida no jantar de quarta-feira, Lula ainda está preocupado com os desdobramentos do confronto. Na noite de ontem, chamou Múcio em seu gabinete e perguntou-lhe sobre o resultado de sua missão. O ministro disse que a operação havia sido bem-sucedida.