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Governo defende mudanças na Lei Seca

Dentre as medidas estão a retirada da lei da dosagem alcoólica que caracterizaria o crime

Bafômetro deixará de ser a única arma contra o crime -
Bafômetro deixará de ser a única arma contra o crime -

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, defendeu ontem a modificação da Lei Seca pelo Congresso Nacional. De acordo com ele, a intenção é impedir que o texto crie impunidade e garantir que o infrator possa ser processado mesmo depois de se recusar a participar do bafômetro.  “Se a lei, da forma que está redigida, não tem condições de atingir a punibilidade de que nós precisamos para esses casos, temos que mudá-la", disse o ministro, em entrevista à Agência Brasil.

De acordo com o governo federal, entre as mudanças pretendidas pelo Ministério da Justiça está a retirada da lei da dosagem alcoólica que caracterizaria o crime. A alteração permitirá que uma pessoa em visível estado de embriaguez possa ser condenada com a utilização de provas, como depoimentos de testemunhas e filmagens. Dessa forma, o ministro acredita que o bafômetro será mais utilizado como forma de provar inocência diante de uma suspeita do que como instrumento de acusação.

"O bafômetro, que hoje é elemento necessário para a condenação, passará a ser um instrumento da defesa de uma pessoa que quer demonstrar que não está em estado de embriaguez", acredita o ministro.

Cardozo disse que não considerou uma surpresa a decisão do STJ de aceitar como provas de embriaguez somente o teste do bafômetro ou o exame de sangue. "Eu acredito que isso já estava desenhado em decisões anteriores da Justiça. Foi por essa razão que o Ministério da Justiça preocupou-se e ainda hoje se preocupa em buscar a mudança da lei", destacou. Ele explicou que a maior parte das mudanças que o governo quer na lei já está em curso em projetos de lei que já tramitam no Congresso.

Essas mudanças, na avaliação do ministro, não devem passar pela reforma do Código Penal, que envolve muitos temas e pode ser muito mais demorada.

"São projetos que já estão em curso, porque nós já antevíamos esse problema. Já estava claro que alguns magistrados achavam que o bafômetro era indispensável para uma condenação”.