O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (29) que a estratégia do governo federal, de aumentar a economia feita para pagar juros da dívida pública em R$ 10 bilhões neste ano, e permitir uma redução mais rápida da taxa básica de juros do país, visa impedir um "mergulho" do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em decorrência dos efeitos da nova etapa da crise financeira internacional.
"Acredito que a situação pode piorar. Em função disso, estaremos preparados para que [a desaceleração da economia] seja mais suave do que em 2008. Não queremos que haja aquele mergulho, que entre setembro e dezembro de 2008 [quando foi inaugurada a fase mais aguda da crise financeira, com o anúncio de concordata do banco norte-americano Lehman Brothers]. Queremos dar continuidade ao crescimento. Vamos ter crescimento neste ano e em 2012. Estamos tomando medidas cautelares e preparando a economia para que ela continue crescendo em um ritmo satisfatório", declarou o ministro da Fazenda.
Com o aumento do superávit primário, acrescentou o ministro da Fazenda, o BC estará em condições de responder, por meio da redução da taxa básica de juros, ao agravamento da crise financeira sem prejudicar o controle da inflação no país. "Queremos que se faça mais política monetária [cortes de juros] e menos política fiscal [reduções de tributos]", explicou ele.
Segundo o ministro, a economia brasileira ainda não perdeu seu dinamismo. Ele informou que segue trabalhando com taxa de crescimento do PIB entre 4% e 4,5% para 2011. Entretanto, ele não respondeu se mantém a previsão de crescimento, que está na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), de 5% para o ano que vem.
De acordo com Mantega, o governo está mantendo uma estratégia "vitoriosa" que é continuar com o esforço fiscal, via superávit primário, com a manutenção da economia em crescimento. "Continuamos seguindo uma trajetória vitoriosa, com um bom fiscal e com crescimento da economia. Consideramos que, neste momento, fortalecer o fiscal é criar mais condições para o crescimento sustentável no país. Vamos continuar perseguindo nos próximos anos", afirmou.
"Estamos respondendo à situação internacional. Há uma piora do quadro internacional. Estamos nos precavendo sobre uma possível piora do cenário. Não teremos o mesmo destino dos países mais avançados. A crise internacional está em nossa linha de preocupação. Queremos criar uma proteção para que o Brasil continue em sua trajetória de desenvolvimento", concluiu o ministro da Fazenda.