Graça Foster deverá deixar a presidência da Petrobras assim que o balanço trimestral da estatal estiver solucionado e assinado pela diretoria. As informações são do site Valor Econômico. Na tarde de ontem, Graça participou de longa reunião com a presidente Dilma Rousseff (PT), que esteve em Campo Grande pela manhã para inaugurar a primeira Casa da Mulher Brasileira.
A reunião com a chefe da estatal foi o primeiro compromisso de Dilma ao retornar à Brasília. No entanto, rumores da saída da atual presidente da Petrobras vinham sendo noticiados pela imprensa nacional desde o início da manhã de ontem, o que refletiu na valorização das ações da empresa na Bolsa de Valores de Nova York de 13%, conforme o Valor Econômico. O motivo da saída estaria relacionado às denúncias de corrupção dentro da estatal, tornadas públicas após a operação Lava Jato.
Ainda segundo as fontes ouvidas pelo Valor Econômico, além de Graça Foster, também deverão ser trocados os membros do conselho de administração da estatal, que deixará de ser uma instância política para ser estritamente profissional, conforme decisão recente do governo federal.
A reunião entre Graça e Dilma durou mais de uma hora. A atribuição para demiti-la, porém, é do Conselho de Administração, que reúne-se no próximo dia 6. Graça deixou a reunião sem falar com a imprensa.
NÃO CONFIRMADA
A saída da presidente da Petrobras, no entanto, não foi confirmada pelo governo. De acordo com a Agência Brasil, órgão oficial do governo federal, o ministro Thomas Traumann, da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, disse que "a saída de Graça da Petrobras não foi tratada na reunião", em resposta aos questionamentos de jornalistas.
Nesta quarta-feira, uma comissão sul-mato-grossense, composta pelo governador Reinaldo Azambuja, pela prefeita Márcia Moura e o presidente da Associação Comercial e Industrial de Três Lagoas, Atílio D’Agosto, segue para o Rio de Janeiro para uma reunião na Petrobras. Na pauta, estão o cronograma da construção da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas e, principalmente, a dívida deixada pelo Consórcio UFN-3, então responsável pela construção, com fornecedores locais. A princípio, essa reunião seria diretamente com a presidente da Petrobras, no entanto, existe a possibilidade que as autoridades sul-mato-grossenses sejam atendidas por outros diretores da estatal.