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Grupo do PMDB lança Requião à Presidência na terça

O grupo favorável à candidatura própria fez um ato para apresentar informalmente o nome de Requião na disputa

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A ala do PMDB favorável à candidatura própria do partido à Presidência da República em 2010 realiza um ato público no Senado na próxima terça-feira para lançar o nome do governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), na disputa ao Palácio do Planalto. Na tentativa de mostrar à cúpula do partido que parte da legenda defende a candidatura própria, o grupo pró-Requião vai pedir a realização de convenção nacional do PMDB no início de 2010 para decidir os rumos do partidos na corrida presidencial.

O comando do PMDB já firmou um pré-acordo com o PT para que o partido apoie a candidatura da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). O grupo de Requião, porém, espera conquistar apoio dentro da legenda para forçar o PMDB a lançar candidatura própria –embora reconheça que o grupo governista tem maioria dentro do partido.

"Esse grupo ficou oito anos no poder no governo Fernando Henrique Cardoso e está há oito anos no poder com o Lula. Se depender deles, querem ficar mais oito anos no poder. Mas o grupo não tem condições de impedir a realização de convenção para a escolha do candidato", disse o senador Pedro Simon (PMDB-RS).

Na semana passada, o grupo favorável à candidatura própria fez um ato para apresentar informalmente o nome de Requião na disputa. Simon disse que o ato teve o apoio de 14 Estados favoráveis à candidatura própria e que a tese de lançar um nome do PMDB na disputa teve o respaldo de 24 congressos estaduais do partido

"A acusação dentro do PMDB era que ninguém se apresentava como candidato. Agora, temos um nome. Espero ver o Requião aparecer nas pesquisas de intenção de voto. Ele não será um candidato anti-Lula, mas é importante o partido concorrer", afirmou Simon.

No pré-acordo firmado pela cúpula do PMDB com o PT, ficou acertado que o partido vai indicar o vice-presidente na chapa de Dilma. Apesar de alguns peemedebistas discordarem da aliança, o presidente licenciado da legenda, Michel Temer (PMDB-SP), dá como certo o embarque na candidatura petista –e tem o nome cotado para a vice.

Atualmente, o PMDB é dividido em três grupos. O primeiro é favorável à aliança com Dilma, liderado por Temer. O segundo, que tem à frente o ex-governador Orestes Quércia (PMDB-SP) e o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), defende a aliança com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), numa ruptura direta com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ainda existe a terceira ala da legenda que defende a candidatura própria.
O grupo pró-Serra aposta na queda de Dilma nas pesquisas de intenção de voto, o que poderia rachar a legenda em 2010 em diversos Estados. O PT e o PMDB enfrentam problemas em algumas localidades para selar a aliança –como na Bahia, onde o ministro peemedebista Geddel Vieira (Integração Nacional) quer disputar o governo contra o petista Jaques Wagner, atual governador.

O grupo pró-Dilma, por outro lado, diz ter apoio suficiente dentro do partido para avalizar a chapa com a petista. Temer é cotado para disputar a vice-presidência na chapa da ministra.

Já o grupo favorável à candidatura própria espera que, com a disposição de Requião de disputar o Palácio do Planalto, o partido caminhe para ampliar as discussões sobre a possibilidade de ter um peemedebista na corrida presidencial.

Impasses

Diante de problemas estaduais para a consolidação da aliança, PMDB e PT criaram uma comissão integrada por dez petistas e dez peemedebistas para discutir, em vários encontros, possíveis soluções para os impasses estaduais à aliança nacional entre as duas legendas.

A comissão, no entanto, é formada apenas por peemedebistas que apoiam a candidatura de Dilma. O grupo pró-Serra acabou isolado dentro da legenda, tentando nos bastidores minar o pré-acordo firmado entre o PT e o PMDB.