O escândalo do mensalão do governo do Distrito Federal deflagrou um jogo de empurra nos bastidores do PSDB. Aliados dos dois pré-candidatos à Presidência, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG), tentam debitar – um na conta do outro – o prejuízo político da ligação com o DEM do governador José Roberto Arruda.
Os serristas dizem que Arruda pertence ao grupo do mineiro. Acusam também o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), de ter "se escudado" no governador do DF para "alardear" sua preferência por Aécio como forma de fazer frente à influência do ex-presidente do partido Jorge Bornhausen e se afirmar no comando da legenda
Para os aecistas, porém, quem mais perde com a "queda da cidadela do DEM" é Serra. O raciocínio dos aliados de Aécio é simples. Eles sustentam que o grande perdedor é o paulista porque o DEM é um dos "pilares" da estratégia que Serra montou para disputar a corrida de 2010, enquanto o mineiro trabalha com a perspectiva de uma aliança bem mais ampla.
O grupo de Serra insiste em que o episódio do "mensalão do DEM" pouco afetará a caminhada do governador de São Paulo rumo ao Palácio do Planalto. Ponderam que Brasília não vincula o governo local à disputa presidencial e dizem que o pior desempenho eleitoral de Serra é justamente no DF. As pesquisas eleitorais de que dispõem mostram o tucano sempre em terceiro lugar no Distrito Federal, onde a preferência maior é pelo pré-candidato do PSB, deputado Ciro Gomes (SP).