A Câmara de Três Lagoas abriu, nesta semana, uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) contra o prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) por possível omissão em uma denúncia feita na internet por um servidor comissionado, que trabalha no aeroporto da cidade. Guerreiro prevê que investigação perderá efeito porque já teria tomado “providências internas”.
De acordo com a denúncia, Helmar de Souza Castilho gravou um vídeo dia 18 de junho deste ano em defesa do prefeito a afirmando que a oposição a Guerreiro ocorre porque ele “colocou ordem na casa”, em referência à prefeitura.
Na gravação, ele afirma que a “maioria dos servidores” que não gosta da administração é formada por pessoas “corruptas, acostumadas a fazer desvio de peças de veículos, combustíveis, a ‘dar o nó’ no dia de serviço, porque antes do ponto eletrônico tinha funcionário que nem ia trabalhar. Hoje não…”. “Eu conheço funcionário público que não pode ser demitido por causa do tal concurso público, e que desviou toneladas de combustíveis em épocas passadas. Pessoas conhecidíssimas que construíram casas maravilhosas, carrões, em cima daquilo que saiu do seu bolso… Muitas dessas pessoas foram mandadas embora e hoje são cabo eleitorais daquele que se diz que é a ‘solução’ para Três Lagoas (sic)”, acrescentou.
O vereador Davis Martinelli (Solidariedade) pediu a abertura da comissão e conseguiu assinatura de 13 dos 17 vereadores. O próximo passo, segundo o presidente da Câmara, André Bittencourt (PSDB), será definir os vereadores vão compor a comissão, que terá o prazo de 90 dias para entregar um relatório sobre a suspeita.
providências
Guerreiro rebateu. Disse que seu governo não ficou omisso diante da denúncia e que um processo administrativo foi aberto, dia 28 de junho, para apuração. Ainda segundo o prefeito, em nenhum momento o servidor disse que os fatos citados no vídeo são relativos à sua gestão. Mas, independente disso, disse que cabe a prefeitura investigar.
Ainda de acordo com o prefeito, se o servidor não comprovar o que disse, deverá ser exonerado. Guerreiro disse acreditar que a CPI deverá perder efeito. “O vereador está na Câmara para fiscalizar e contribuir”, disse, destacando ainda que “é preciso cautela” com o que é publicado em redes sociais. “Se formos parar por tudo que é publicado em redes sociais, a gente não desenvolve o trabalho necessário. É importante que se investigue também as obras executadas pelas empresas que estamos realizando em diversos bairros. Mas, isso [a investigação] é importante”, finalizou.