A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse em uma palestra em uma universidade no Qatar nesta segunda-feira que o governo dos Estados Unidos acredita que o Irã está se tornando uma ditadura militar.
Segundo Clinton, a Guarda Revolucionária no Irã parece ter conquistado tanto poder que, na prática, estaria suplantando o governo.
Na palestra no campus Carnegie Mellon, a representante americana negou ainda que seu país tenha planos de atacar o Irã por causa do programa nuclear iraniano, ressaltando que os Estados Unidos desejam tentar unir a comunidade internacional para pressionar o Irã através de sanções.
Hillary Clinton está fazendo um giro pelo golfo Pérsico como parte de uma ofensiva diplomática para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprove a imposição de uma quarta rodada de sanções contra Teerã.
Nesta segunda-feira ela segue para a Arábia Saudita. Representantes do governo americano acreditam que os sauditas, aliados da China, podem ter um papel crucial para convencer Pequim a apoiar novas sanções contra o Irã.
Segundo assessores da secretária, ela deverá pedir às autoridades sauditas que garantam à China que fornecerão petróleo ao país em caso de escassez caso sejam impostas sanções aprovadas pelas Nações Unidas ao Irã, disseram assessores da secretária.
Hillary Clinton deverá se reunir com o rei Abdullah e com o Ministro do Exterior, príncipe Saud al-Faisal, durante esta sua primeira visita à Arábia Saudita.
Programa nuclear
No domingo, Clinton afirmou no Catar que existem evidências de que o Irã está procurando construir uma bomba nuclear e pediu que o país "reconsidere suas decisões políticas perigosas".
Em um pronunciamento durante o fórum Estados Unidos-Mundo Islâmico, que está sendo realizado em Doha, Clinton acrescentou que os Estados Unidos gostariam de retomar as relações de modo pacífico com o Irã, mas que isto não acontecerá "enquanto eles continuarem construindo sua bomba".
"Eu gostaria de descobrir uma maneira de lidar com isto do modo mais pacífico possível, e certamente qualquer compromisso relevante (por parte do Irã) seria bem-vindo, mas…não queremos compromissos enquanto eles estiverem construindo sua bomba", disse.
O governo iraniano afirma que seu programa de enriquecimento de urânio tem objetivos pacíficos, como a geração de eletricidade e o uso medicinal da energia nuclear.
As potências ocidentais, no entanto, acreditam que o real objetivo seja a construção de armamentos.