A Secretária do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, visitará o Brasil nesta quarta-feira (3). Hillary vai se encontrar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pode ainda visitar o Congresso Nacional. A viagem foi mantida mesmo com o terremoto que atingiu o Chile no sábado (27/02). Hillary estará naquele país no dia anterior ao da chegada ao Brasil.
Em Brasília, ela deve discutir com o presidente Lula temas como o programa nuclear do Irã. Lula tem sido criticado por sua relação com Mahmoud Ahmadinejad, presidente daquele país. O presidente brasileiro, inclusive, tem uma visita ao Irã marcada para maio. Na semana passada, Lula disse que só deve satisfações sobre a viagem ao país de Ahmadinejad ao povo brasileiro.
Outro tema polêmico que pode estar na pauta do encontro é o embargo econômico dos Estados Unidos a Cuba. Lula esteve na semana passada no país comandado pelos irmãos Fidel e Raul Castro. O Brasil defende que o embargo seja retirado.
Hillary e Lula deverão ainda debater a ajuda humanitária ao Haiti, país que foi atingido por um terremoto em janeiro. O Brasil coordena uma força de paz da Organização das Nações Unidas no país e os Estados Unidos enviaram milhares de militares para dar ajuda humanitária aos sobreviventes.
Pré-sal
No Congresso, além da possível visita de Hillary, o destaque é a tramitação dos projetos do pré-sal. Nesta semana está prevista na Câmara a votação do projeto que trata da capitalização da Petrobras em cinco bilhões de barris de petróleo do pré-sal.
A principal polêmica do projeto é a possibilidade de os acionistas minoritários poderem usar recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) no processo de capitalização. O governo é contrário e o relator, João Maia (PR-RN), deixou a possibilidade de fora. A oposição, no entanto, pretende incluir essa permissão.
A votação deverá acontecer ainda sob a obstrução do DEM. O partido aguarda uma resposta sobre um questionamento feito à mesa do Congresso Nacional na tentativa de anular uma sessão que manteve vetos de Lula relativos a obras da Petrobras. Na sessão que apreciou o veto não houve quórum no Senado, mas os deputados decidiram pela manutenção da decisão de Lula.