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Hospital Auxiliadora será alvo de auditoria

Com a realização da auditoria, será possível ?abrir? as contas do hospital

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Atendendo a um ofício encaminhado pelo Ministério Público de Três Lagoas, na próxima semana auditores da Secretaria Estadual de Saúde iniciam uma auditoria administrativa e contábil no Hospital Auxiliadora. Na manhã de ontem, a prefeita Márcia Moura esteve reunida com o governador André Puccinelli, com a vice-governadora Simone Tebet e com a secretária estadual de Saúde, Beatriz Dobashi, para discutir a situação da saúde em Três Lagoas.

“Foi uma reunião técnica e muito produtiva. E, mais uma vez, o apoio político foi muito importante, pois houve um interesse de pronto do governador e da vice-governadora em nos atender”, disse a prefeita Márcia Moura ao Jornal do Povo.

Com a realização da auditoria, será possível “abrir” as contas do hospital, o qual alega que o recurso que recebe para atender os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) não é o suficiente para cobrir todas as despesas. O auxiliadora alega que tem um déficit de R$ 600 mil por mês, porque acaba realizando um número maior de procedimentos do que está previsto no contrato. A Prefeitura, por sua vez, argumenta que é o hospital é que não cumpre com as metas contratuais. “Essa auditoria vai mostrar, inclusive, quanto ganha cada médico”, disse a prefeita.

Márcia Moura já descartou a possibilidade de aumentar ainda mais o recurso destinado ao Auxiliadora,  além dos 10% do reajuste que a Prefeitura ofereceu e dos 7% que o Estado também se comprometeu em repassar. “A realidade financeira do município não nos permite repassar mais do que esse percentual neste ano. Já repassamos um valor a mais quando fizemos o aditivo por mais três meses”, adiantou a prefeita.

NÚMEROS
De acordo com dados da Prefeitura, o repasse ao hospital cresceu mais de 193% entre 2006 a 2011. Em 2006, o repasse anual, contando com recurso das três esferas, era de R$ 6,5 milhões. Em 2007, de R$ 7,1 milhões; em 2008, de R$ 9,9 milhões; em 2009, de R$ 11,1 milhões; em 2010, de R$ 14,9 milhões e, em 2011, de R$ 19,1 milhões. E, segundo a Prefeitura, se o hospital cumprisse com todas as clausulas contratuais, neste ano o valor total a ser repassado seria de aproximadamente R$ 25 milhões.

A contratualização feita em maio de 2007 e a última assinada em agosto de 2011, teve um incremento de mais de mais de 188%.  Em 2007, o repasse mensal era de R$ 566.809,19; em maio de 2009, de R$ 634.532,38 e, em agosto de 2011, de R$ 1.637.824,53.

Ainda segundo a Prefeitura, o Hospital consome boa parte do orçamento destinado à Saúde. Em 2011, por exemplo, o hospital recebeu R$ 19,1 milhões do montante de R$ 54,5 milhões destinados à saúde.

A administração municipal informou ainda que está comprovado em relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que o hospital não atinge as metas contratuais. Inclusive, solicitou que devolvesse R$ 66 mil por procedimentos errados. Outra questão que a Prefeitura tem alegado é de que o hospital gasta quase R$ 1 milhão do repasse mensal para o hospital (1,6milhão) para pagamento do salário dos médicos.