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Eleições 2022

Jovem que aplicou a "super cola" em urna eletrônica responderá ao processo em liberdade

De acordo com o juiz, o acusado preenche todos os requisitos da Lei para a liberdade provisória

Audiência de custódia de Gabriel Scherer da Costa - Foto: Isabelly Melo
Audiência de custódia de Gabriel Scherer da Costa - Foto: Isabelly Melo

Aconteceu na manhã desta terça-feira (4), no Fórum da Justiça Eleitoral, a audiência de custódia de Gabriel Scherer da Costa, o jovem de 22 anos que aplicou a “super cola” no teclado da urna eletrônica de sua sessão eleitoral instalada na Faculdade Estácio de Sá, no bairro Jardim TV Morena, em Campo Grande. A audiência foi realizada na presença do advogado de defesa, Joaquim Soares, do juiz eleitoral da 8ª Zona Eleitoral em Campo Grande, Luís Felipe Medeiros e de representante do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).

Luís Felipe Medeiros, juiz eleitoral 

Em uma sessão rápida, ficou decido a soltura do acusado que vai responder ao processo em liberdade. “Não há nenhuma irregularidade aparente, o custodiado não tem histórico, tem bom comportamento, residência fixa, tem profissão de vendedor, mora com sua mãe. Ele preenche os requisitos para responder ao processo em liberdade, então, concedo a liberdade provisória ao custodiado”, determinou o juiz.

O advogado de defesa do acusado, Joaquim Soares, fez o pedido de liberdade provisória e ainda requereu que seu cliente pudesse ser atendido no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Advogado, Joaquim Soares 

“Queria requerer que ele fosse direcionado ao CAPS, para tratamento psicológico e levar uma vida normal. Ele vende doce na rua, não causa nenhum risco para as pessoas após as eleições. Ele não teve a intenção de cometer um crime”,  defendeu.

Em resposta ao pedido, o juiz da 8ª Zona Eleitoral em Campo Grande, Luís Felipe Medeiros determinou que “ele vá ao CAPS. O inquérito será instaurado na Polícia Federal e após a conclusão, a PF remeterá o inquérito para o MPMS que vai analisar se oferece ou não a denúncia”, explicou.

No momento da sua explicação, Gabriel disse que comprou a cola no mercado antes de ir votar, mas alegou que não consegue lembrar do que fez. “Eu tenho constante esquecimento. Quando vi eu já estava lá fora. Não me lembro do que fiz. Quando eu tinha 16 anos fiz um tratamento de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Não me identifico com nada e não consigo apoiar ninguém”, falou Gabriel.

Acusado, Gabriel Scherer da Costa 

Os itens pessoais de Gabriel, um aparelho celular e um notebook estão sendo periciados e seguem em posse da Justiça Federal.

O caso seguirá em andamento, condicionando a permanência do jovem em Campo Grande, pois a qualquer momento ele pode ser chamado para depor novamente.

Se condenado, Gabriel pode pegar de cinco a dez anos de reclusão.

O caso

Gabriel votou em uma das seções eleitorais instaladas na Faculdade Estácio de Sá, no Jardim TV Morena, em Campo Grande. Ele chegou para votar usando casaco com capuz e máscara facial. Após ser identificado, se dirigiu para a cabine de votação e logo depois saiu do local. O problema só foi descoberto quando o próximo eleitor da fila chegou à cabine e encontrou a urna danificada.

As Polícias Militar e Federal foram acionadas e saíram à procura do eleitor que acabou preso, em casa, por crime eleitoral. A urna eletrônica danificada será periciada. A Justiça Eleitoral substituiu a urna e a votação na seção foi retomada meia hora depois.

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