A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve junto à Justiça Federal do Distrito Federal medida cautelar para bloquear R$ 6,5 milhões em bens de 52 pessoas e sete empresas que financiaram o fretamento de ônibus para os atos golpistas que resultaram na destruição dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes, no domingo (8), em Brasília.
A quantia deverá ser utilizada para reparar danos causados pela depredação de patrimônio público em caso de posterior condenação. Além disso, a AGU poderá pedir a ampliação do valor a ser bloqueado na medida em que a contabilização dos prejuízos, que ainda não foi concluída, avance.
A lista dos alvos do bloqueio – que abrange imóveis, veículos, valores financeiros em contas e outros bens – foi elaborada com o auxílio de dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e inclui apenas os que contrataram ônibus apreendidos transportando pessoas que participaram dos atos golpistas.
Na lista dos possíveis financiadores, constam duas pessoas de Mato Grosso do Sul. Um é o proprietário de um estabelecimento de material de construção em Maracaju, Adoilto Fernandes Coronel e a outra, uma moradora de Três Lagoas, Solange Zanini, que também está entre os que teriam arcado com despesas dos bolsonaristas.
Solange, inclusive, postou em suas redes sociais, no sábado (7), um vídeo com a chegada em Brasília. Mas, depois do ocorrido, e já em Três Lagoas, excluiu a publicação.
Em novo vídeo publicado no facebook, nesta quinta-feira (12), Solange, diz que, ao contrário do que muitos estavam dizendo, ela não está presa, estava na residência. Disse que os celulares dos que estavam no ônibus do grupo de Três Lagoas foram apreendidos, mas depois recuperados e que eles não participaram de vandalismo em Brasília.
RESPONSABILIDADE
No pedido de cautelar apresentado à Justiça, a AGU sustentou, por meio da Procuradoria-Geral da União, que os envolvidos devem responder pelos danos solidariamente com os depredadores efetivos, nos termos do Código Civil, uma vez que a “a aglomeração de pessoas com fins não pacíficos só foi possível graças ao financiamento e atuação das pessoas listadas no polo passivo, o que culminou nos atos de vandalismo às dependências dos três Poderes da República” e no “vultoso prejuízo material” causado aos prédios públicos federais e na quebra de objetos e mobiliários, como computadores, mesas, cadeiras, vidros das fachadas e até a danificação de obras de artes.
Bolsonaristas deixam calçada do Exército em Três Lagoas
Após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), bolsonaristas que estavam acampados em frente à 3ª Bateria de Artilharia Antiaérea, em Três Lagoas, deixaram o local na tarde de segunda-feira (9). Os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro acamparam em frente ao Exército Brasileiro, na avenida Capitão Olyntho, desde o resultado das eleições, que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), presidente da República.
Ônibus e carros particulares partiram de Três Lagoas levando manifestantes para Brasília, os quais participaram das manifestações, que resultaram em ato de vandalismo e destruição dos prédios
públicos na Praça dos Três Poderes.
Após repercussão negativa da manifestação e da decisão do ministro Alexandre de Moraes, é que o grupo desocupou a calçada do Exército Brasileiro.
Na segunda-feira, quando a equipe da TVC acompanhava a desocupação da área, um motorista bolsonarista que passou pela avenida, hostilizou os profissionais de imprensa, ato que, lamentavelmente tem sido comum no país por parte de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) tem divulgado diariamente nota repudiando com veemência os atos violentos promovidos por terroristas contrários ao atual governo federal e as agressões contra profissionais de imprensa ocorridas durante cobertura de protestos.