A maioria das lideranças políticas de Três Lagoas aprova a Lei da Ficha Limpa. Procurados pela reportagem do Jornal do Povo, líderes disseram que apoiam a medida e enfatizaram a necessidade de fiscalização da Justiça para o seu cumprimento.
O deputado estadual e articulador político do PMDB em Três Lagoas, Eduardo Rocha, disse ser favorável à Lei da Ficha Limpa. “Esse é um grande projeto, porque é de iniciativa popular e chegou ao Congresso com mais de um milhão e quinhentas mil assinaturas”, opinou.
Rocha informou que não acredita em prejuízos para o PMDB com a aplicação dessa lei. Contudo, entende que é preciso que o candidato seja condenado no colegiado. “Não é porque ele responde, por exemplo, a um processo trabalhista que tenha que ficar de fora do processo eleitoral. Entendo que o candidato tenha que ter causado prejuízo ao erário público. Mas a lei é importante para que a população possa acreditar mais nos políticos”, salientou. Em princípio, Eduardo disse que, em Três Lagoas, o PMDB não tem candidatos nessa situação.
O presidente do diretório municipal do PT, Nivaldo do Reis, também afirmou que o partido defende a aplicabilidade da lei. Para ele, esse era um anseio da sociedade e já deveria estar em prática há mais tempo. “Existem políticos que sempre aprontaram, mas devido à demora para o processo ser julgado, eles continuavam no poder. Essa lei vai prevalecer os bons políticos”, opinou.Nivaldo informou que no PT de Três Lagoas não existe pré-candidatos nessa situação. Portanto, o PT não terá prejuízos nas eleições com a Lei da Ficha Limpa.
Para o presidente do diretório municipal do PSD, Cristovan Lages Canela, a lei representa um grande avanço, mas que dependerá do Ministério Público e da Justiça Eleitoral para que ela realmente seja cumprida. “Essa lei serve de oxigênio para as pessoas honestas que tinham vontade de participar do processo político”, declarou.
Mesmo a lei não podendo ser aplicada, em alguns casos, Canela observou que é a população quem tem que analisar a conduta dos candidatos. “O que a justiça não puder barrar, cabe ao povo analisar e dar a resposta nas urnas”, alertou. Segundo ele, o PSD de Três Lagoas também não tem pré-candidatos nessa situação.
Na opinião da presidente do diretório municipal do PSDB, Fátima Montanha, a Lei da Ficha Limpa é uma prova de que a Constituição Federal precisa sofrer alterações. “Às vezes, demoravam anos para a pessoa ser julgada e ela permanecia no cargo. Porém, entendo que é preciso ter o mínimo de prova substancial de que cometeu algum ato que comprove a honestidade para ela ficar impedida de ser candidata. Mas, acho também que alguém com problemas na Justiça deve ficar afastada do cargo e sem receber. Lá na frente, se provado o contrário é outra questão”, comentou.
Para Fátima, a responsabilidade em analisar a situação dos candidatos não é apenas da Justiça, mas também dos eleitores, assim como da imprensa que tem papel importante nesse processo. Ela adiantou que o PSDB de Três Lagoas não tem pré-candidatos com problemas na Justiça.