A ex-secretária da Receita Federal, Lina Vieira, confirmou há pouco o suposto encontro com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que teria ocorrido no fim do ano passado. A ministra pediu, segundo Lina, para agilizar investigações sobre o empresário Frenando Sarney, filho do presidente do Senado, José Sarney (PMBD-AP). Ela acrescentou que as declarações feitas ao jornal Folha de S.Paulo não ocorreram por iniciativa sua, mas por ter sido procurada para que confirmasse os fatos.
“O jornal sabia dos fatos e desejava que eu confirmasse fatos. Confirmei ao jornal e volto a confirmar aqui, porque não haveria de faltar com a verdade”, disse ela. Lina Vieira acrescentou que não saiu do governo guardando qualquer “mágoa” e que não tem interesse de concorrer a nenhum cargo político.
Lina Vieira também colocou-se à disposição para uma “confrontação da verdade com a ministra”.
Segundo ela, o encontro com Dilma Rousseff foi muito rápido, menos de dez minutos. “Cheguei pela garagem". Ela afirmou que foi identificada por um segurança na entrada da garagem e passou por um detector de metais.
Do suposto pedido da ministra, a ex-secretária disse que entendeu que fosse dada celeridade. Lina disse que em nenhum momento se sentiu pressionada. “Eu interpretei como um pedido para encerrar e concluir a investigação.”
“Conversamos poucas amenidades no início e, em seguida, ela me pediu que agilizasse investigações do filho de Sarney”. Lina Vieira disse, ainda, que “não precisa de agenda para lembrar da verdade”.
Acrescentou que não deu conhecimento ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre o assunto e, tampouco, deu retorno a Dilma Rousseff uma vez que a investigação transcorria em segredo de Justiça.