O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na noite de terça-feira a Havana para se reunir com seu colega cubano, Raúl Castro, e seu irmão e antecessor, Fidel.
Lula estava em Playa del Carmen (México), onde participou da cúpula do Grupo do Rio. Ele foi recebido no aeroporto pelo ministro cubano de Exteriores, Bruno Rodríguez, entrou em um carro rumo ao centro de Havana e partiu sem dar declarações à imprensa.
O governo brasileiro afirma que a visita a Cuba é um "reencontro de velhos amigos". Fidel, que não aparece em público desde que adoeceu em 2006 e deixou o comando nas mãos de irmão mais novo, Raúl, continua sendo primeiro-secretário do Partido Comunista.
Assim como nas três visitas oficiais de Lula a Cuba na condição de presidente do Brasil, não serão realizadas reuniões com a oposição da ilha.
O presidente brasileiro chegou poucas horas depois da morte, em Havana, do preso político cubano Orlando Zapata Tamayo, após 85 dias em greve de fome, segundo fontes da oposição.
Cerca de 50 dissidentes presos ou com "licença penal" por razões de saúde enviaram uma carta a Lula pedindo que interceda por suas liberdades quando se encontrar com os irmãos Castro. No documento, mencionaram em particular o caso do Tamayo, um pedreiro.
Os presidiários acreditam que Lula pode ser "um magnífico interlocutor para fazer com que o governo cubano decida fazer as reformas econômicas, políticas e sociais que o país necessita com urgência; avançar no respeito aos direitos humanos; conseguir a reconciliação nacional e tirar a nação da profunda crise em que se encontra".
Brasil e Cuba estreitaram as relações políticas e comerciais nos últimos anos, e o governo brasileiro tem vários programas de cooperação e financiamento para obras de infraestrutura na ilha.
Antes das reuniões com Fidel e Raúl Castro, Lula visitará as obras de ampliação do porto de Mariel, na região de Havana, que recebeu um crédito de US$ 150 milhões do Brasil, valor que pode chegar a US$ 500 milhões.
As reuniões de Lula com Fidel e Raúl Castro estão agendadas para esta quarta-feira. Depois de visitar a ilha, governada pelo clã dos Castro há 51 anos, a agenda do presidente prevê viagens ao Haiti e a El Salvador.