Ao discursar hoje (14) em Teresina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que deixará a Presidência da República com a sensação de dever cumprido e lembrou o preconceito que sofreu durante as eleições que disputou.
“Perdi muitas eleições e cada vez me servia de ensinamento, porque se contou muita mentira ao meu respeito. Eu tinha barba e por isso era comunista. Quantas vezes paguei o preço por a bandeira do PT ser vermelha. Diziam que eu ia fechar igreja evangélica e tirar tudo das pessoas mais pobres”, disse Lula na capital piauiense.
O presidente disse ainda que uma frustração que guardou das eleições que perdeu foi por não ter tido justamente os votos dos mais pobres. “Eu tinha criado um partido para ajudar os mais pobres, eu era candidato pensando em ajudar os mais pobres e era justamente nesse segmento da sociedade que as pessoas tinha medo de mim, porque se contou muita mentira a meu respeito”.
Ao falar sobre o fim de seu mandato, Lula disse que deixará o cargo “daqui há exatos 77 dias” e que, mesmo com a sensação de dever cumprido, sabe que poderia ter feito mais. Ele disse ainda que quando sair não quer passar o bastão apenas para quem vai substituí-lo, mas quer que ele fique com a parcela mais pobre da população.
O presidente afirmou que a palavra “governar” deveria ser substituída por “cuidar”, principalmente em relação aos mais pobres. “Quem precisa [do governo] é a parte mais pobre da população”.
Em Teresina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva visitou a reforma e ampliação do Prédio B do Campus Teresina Central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (Ifpi) e assinou ordem de serviço das pavimentações da BR-235 e da BR-020, além de obras do Linhão do Piauí.