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Lula e Evo firmam compromissos sobre gás

Os presidentes garantiram que não vai faltar demanda de consumo nem haverá desabastecimento

Solenidade de inauguração de uma etapa da construção do Corredor Rodoviário Interoceânico -
Solenidade de inauguração de uma etapa da construção do Corredor Rodoviário Interoceânico -

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu ontem (15) ao povo boliviano, durante visita ao colega boliviano Evo Morales, na fronteira do Brasil com a Bolívia, que "não faltarão investimentos nem demanda" para o gás importado daquele país. A afirmação foi feita por ocasião da inauguração de mais uma etapa da construção do Corredor Rodoviário Interoceânico, lançada pelos dois presidentes e pela presidenta do Chile, Michele Bachelet, em 2007.
O tema (gás boliviano) era um dos mais esperados para o encontro entre Lula e Evo. A expectativa também alcançou as autoridades de Mato Grosso do Sul que acompanham a visita presidencial, como o governador André Puccinelli.
O Estado lucra diretamente com a compra pelo Brasil do gás boliviano. O governo estadual cobra ICMS em cima do gás que é transportado pelos dutos que cortam MS.
No discurso feito a cerca de 500 pessoas, Lula afirmou que "o presidente Evo tem sido fiel à sua palavra de que nunca faltará gás para o Brasil". "Por isso, digo e repito que não faltarão investimentos e consumidores brasileiros para essa riqueza do povo boliviano. A Petrobras está em dia com seus compromissos de investimentos", disse. Em contrapartida, Morales garantiu a Lula que seu governo “nunca” vai deixar faltar gás natural para o Brasil.
O presidente fez menção ao episódio ocorrido na semana passada, quando o Brasil anunciou que cortaria 30% do consumo devido à queda interna da demanda e depois reviu a redução para 20%, alegando que havia necessidade de atender a térmicas no sul do País, já que o abastecimento da região havia ficado comprometido com as chuvas.
A redução retirou pelo menos R$ 27 milhões do estado em ICMS do gás. Agora,o Estado tenta equilibrar as finanças que também estão afetadas pelo desaquecimento da economia local atingida pela crise econômico financeira mundial.
Após os discursos, os dois presidentes quebraram uma cerâmica juntos, modo de simbolizar o início da obra bioceânica. Acompanharam o presidente na viagem à Bolívia os ministros Edison Lobão (Energia), Tarso Genro (Justiça) e Miguel Jorge (Desenvolvimento). Representou a Petrobras o diretor Internacional da estatal, Jorge Zelada.

CORREDOR

No total, segundo a assessoria de Lula, foram entregues 241,2 quilômetros de estradas asfaltadas, sendo 139,2 quilômetros interligando as cidades bolivianas de Arroyo Concepción a El Carmen e 102 quilômetros no trecho El Carmen a Roboré.
No encontro com Evo Morales, foram assinados acordos para a construção de uma estrada de 306 quilômetros entre Villa Tunari e San Ignacio de los Moxos, na Bolívia.
Também foram discutidas questões sobre energia, combate ao narcotráfico e comércio bilateral.
Depois, por volta das 16 horas, o presidente Lula deixou Mato Grosso do Sul com destino a Maracaibo, na Venezuela. .