O presidente Luiz Inácio Lula da Silva considera que a reunião do Grupo dos Vinte (G20, os países ricos e os principais emergentes) na próxima quinta-feira, em Londres, "não pode decepcionar" e deve dar respostas à atual "crise de civilização".
"Mais que uma grave crise econômica, estamos diante de uma crise de civilização" que exige "novos paradigmas, novos modelos de consumo e novas formas de organização da produção", ressalta Lula, em artigo publicado hoje pelo jornal francês Le Monde.
Lula, que esta semana fará uma breve escala em Paris para preparar a cúpula do G20 com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, acrescenta no artigo que "é importante salvar os bancos", mas "é mais importante ainda proteger os empregos e impulsionar a produção".
O G20, acrescenta, deve oferecer soluções para resistir aos efeitos "devastadores" da crise e dirigir para "uma profunda reformulação da economia internacional a médio e longo prazo".
Entre as medidas mais urgentes, o presidente brasileiro cita o restabelecimento do crédito e a luta contra o protecionismo, para fazer frente à queda do comércio e dos investimentos em nível mundial.
Outra aposta de Lula prevê o fim dos paraísos fiscais e "democratizar" o Fundo Monetário Mundial (FMI) e o Banco Mundial (BM), instituições que foram "incapazes" de prever e controlar a desordem financeira atual.