O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje (12) que é preciso discutir a qualidade do conteúdo da televisão brasileira. Em discurso durante a comemoração dos 150 anos da primeira igreja protestante do Brasil, no Rio de Janeiro, o presidente afirmou que há poucos “momentos de bons ensinamentos” na programação televisiva do país.
“Se uma criança vê, das 7h da manhã à meia noite [na televisão], as pessoas andando com revólver para lá e para cá, as pessoas fumando droga, as pessoas roubando carro, o que essa criança vai formar dentro de si?”, disse.
De acordo com o presidente, o percentual de programação que fala de “integração familiar, amor e paz” é infinitamente inferior àquela que mostra violência. “Muito mais do que os problemas sociais seculares que o Brasil viveu, tem um problema crônico que nós temos que dar uma contribuição para resolver, que é a degradação da estrutura familiar deste país”, disse Lula.
O presidente afirmou que o assunto deveria receber a atenção dos senadores. Em alusão aos recentes episódios de discussão entre parlamentares, Lula disse que, em vez de se agredirem, os senadores poderiam “prestar atenção ao que a televisão está transmitindo”.
No discurso, dentro da catedral presbiteriana do Rio de Janeiro, o presidente defendeu ainda a liberdade religiosa e um Estado laico. Ele disse que parte das ações do governo federal, como o Programa Fome Zero, se baseiam em preceitos comuns à maioria das religiões, como o direito à alimentação.
Ele voltou a defender o Programa Bolsa Família e citou outros programas sociais do governo, como o Programa Universidade para Todos (Prouni) e o Luz para Todos, que leva energia elétrica a lugares distantes do Brasil.
A Igreja Presbiteriana do Brasil foi a primeira comunidade protestante a ser fundada no país, em 1859, pelo missionário norte-americano reverendo Ashbel Green Simonton.