O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou hoje (5) que o governo tentará reverter no Senado a decisão da Câmara dos Deputados que, ontem (4), aprovou a concessão de reajuste de 7,7% para aposentados que ganham mais de um salário mínimo e o fim do fator previdenciário. “O jogo está sendo jogado. [A proposta] foi aprovada na Câmara e agora segue para o Senado e iremos apresentar aos senadores a realidade das contas públicas, a capacidade do governo de suportar um aumento no reajuste e esperamos que eles [os senadores] possam rever essa situação”, declarou Padilha logo após ter se reunido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
Segundo o ministro, o fim do fator previdenciário poderá gerar um impacto orçamentário anual de cerca de R$ 4 bilhões. Padilha lembrou que, após negociar com as centrais sindicais um aumento de 6,14%, o governo sinalizou com a possibilidade de conceder até 7% de reajuste, “o máximo que poderíamos suportar”.
Embora acredite que os senadores vão modificar o resultado da votação na Câmara, Padilha afirmou que, se necessário, o próprio presidente poderá vetar o aumento, assumindo o desgaste político a fim de evitar o prejuízo nas contas da Previdência Social.
“Há um clima eleitoral que contamina os deputados e senadores”, afirmou Padilha. “Mas o governo não vai se contaminar por este clima. O presidente não vai fazer como outros governos já fizeram e permitir qualquer irresponsabilidade com as contas públicas”, concluiu o ministro.