O filósofo Mangabeira Unger está de volta ao Brasil, percorrendo o País para tentar convencer o PMDB a deixar de servir como linha auxiliar dos petistas e a ter um candidato próprio à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O tema da eleição não pode ser passado; é futuro", diz. "Pela forma de agir dos pré-candidatos, corremos o risco de voltar ao tempo de Washington Luiz, em que governar era abrir estradas."
Para Mangabeira, o Brasil deve repudiar as alternativas de desenvolvimento ao estilo do Chile e da Nova Zelândia, de exportação de produtos primários e desindustrialização. O País também deve dizer não ao modelo chinês, de trabalho barato e desqualificado, afirma o ex-ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos. Ele diz que não é candidato e cita Roberto Requião, governador do Paraná, como o único nome do partido até o momento.
Antes de assessorar Lula, de junho de 2007 a junho deste ano, o filósofo havia se notabilizado por ter qualificado o governo do petista como "o mais corrupto da história". Convidado para integrar a equipe do desafeto, ele recuou e, na cerimônia de posse, chamou Lula de "magnânimo" por levá-lo ao ministério. Em Brasília, Mangabeira arrumou confusão com colegas e acabou por contribuir para a saída de Marina Silva da pasta do Meio Ambiente.