O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reafirmou hoje (14) que, se for necessário, o governo fará novos cortes de gastos para manter a meta de superávit primário deste ano. Segundo ele, ontem (13), em reunião ministerial realizada na Granja da Torto, ficou claro que o governo não atenderá a novas demandas dos ministros.
“Se necessário, faremos novos cortes para manter esses 2,5% do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país] de superávit”, disse o ministro.
Mantega lembrou que a meta já foi reduzida este ano, com o governo cortando despesas em vários órgãos. Ele reafirmou, porém ,o compromisso de dar aos servidores públicos reajustes acordados desde 2007. “Os acordos estão sendo mantidos. Mesmo com essa despesa, a meta será atendida.”
Sobre a queda na arrecadação de impostos federais, o ministro da Fazenda lembrou que esse é um fenômeno mundial ,devido à crise econômica. Para ele, com a crise, é natural que seja reduzida a arrecadação das empresas e sobre o lucro no mercado de capitais, além de haver redução de oferta pública de títulos e importações.
Quanto às informações que vêm sendo divulgadas pela imprensa sobre a demissão da secretária da Receita Federal, Lina Vieira, o ministro evitou comentários. ”Quando eu tiver novidade sobre a Receita, falarei com os senhores [jornalistas]”, disse Mantega, após divulgar o documento Brazilian Economic Survey 2009, elaborado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
O documento sugere que o país reduza as metas de inflação em 2011. A estimativa para o crescimento da economia em 2010 é de 4% e ,para este ano, de -0,8%.