Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça revelam que a vereadora de Três Lagoas, Marisa Andrade Rocha (PSB), é mencionada com frequência em ligações com presos integrantes de facção criminosa, com os quais também tratava sobre detalhes do tráfico de drogas, segundo divulgado pelo Tribunal de Justiça do Mato Grosso do Sul (TJ/MS), nesta segunda-feira (22).
Conforme divulgado pelo JPNews, no dia 3 deste mês, os desembargadores do TJ/MS negaram habeas corpus impetrado pela defesa de Marisa para que ela respondesse o processo em liberdade. A vereadora licenciada e secretária de Esportes afastada está desde 6 de maio no presídio feminino de Três Lagoas, acusada de fazer parte de uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas e financiamento de arma.
Segundo informações divulgadas pelo Tribunal de Justiça nesta segunda-feira, para tal crime, Marisa contava, principalmente com a atuação da prima, Tatiane Barroso Ferreira de Souza, que seria elo com os demais membros da facção.
Nas conversas telefônicas interceptadas pela polícia, segundo o TJ/MS, Tatiane mencionou que Marisa é conhecida como 'defensora dos bandidos', em razão de amplo apoio dado a pessoas envolvidas com crimes, sendo apontada ainda pela polícia como chefe da organização criminosa.
Em interceptações mais recentes, Tatiane teria mencionado ao interlocutor 'Bizé' que, por ocasião da prisão de 'Dil', Jou', 'Cromado', 'Moacir' e 'Rogerinho', apontaram Marisa como a responsável por financiar o armamento e o tráfico em Três Lagoas. Ainda em escutas telefônicas, Marisa é mencionada com frequência em ligações com presos integrantes da facção, com os quais também tratava sobre detalhes do tráfico de drogas.
Em nenhum momento, o Tribunal de Justiça diz se Marisa foi pega em escutas. Apenas cita que, a prima disse.
Segundo o advogado, ao analisar os documentos do processo "foi possível constatar que inúmeros documentos essenciais à sua defesa, não constam dos autos, o que provoca o cerceamento inequívoco da defesa”.
O advogado alega que não estão no processo "diálogos e conversas telefônicas ou telemáticas interceptadas, faltando até as que foram citadas na denúncia".
A prima de Marisa, Tatiane foi presa dia 14 de janeiro durante a Operação Themis, deflagrada pelo Gaeco. Na ocasião, foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 17 de busca e apreensão, nas cidades de Três Lagoas, Ponta Porã e Campo Grande.
Tatiana estava em liberdade desde o dia 30 de outubro do ano passado, após ser flagrada “trabalhando como batedora” de veículo que transportava 231,95 quilos de maconha. Tatiana tinha contra si um mandado de prisão preventiva e ainda de busca e apreensão.
Além dela, o policial militar, José Cláudio Lisboa, também foi preso após o Gaeco encontrar droga escondida em seu armário no Batalhão.