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Marisa Serrano condena "carnaval de invasões"

Para ela, a tomada de propriedades à força gera instabilidade no campo, até com perda de vidas humanas

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A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) protestou, nesta quinta-feira (27), contra as invasões de terra, classificando como "violência inaceitável" as ações que se desenvolveram durante o Carnaval. Para ela, a tomada de propriedades à força gera instabilidade no campo, até com perda de vidas humanas, e prejudica a produção agropecuária.

– Resolveram fazer um carnaval no campo, o carnaval da violência, o carnaval do ódio – criticou a parlamentar.

Marisa Serrano lembrou que, no estado de direito, não se pode aceitar invasões de terras, assim como não se aceitam invasões de domicílio e de prédios públicos, como ocorreu com o Congresso Nacional há dois anos.

A senadora referiu-se especificamente às invasões no Pontal do Paranapanema, no oeste de São Paulo, fronteira com Mato Grosso do Sul, ao longo do Rio Paraná. Duas mil pessoas participaram de invasões em 23 fazendas de 16 municípios coordenadas pelo Movimento dos Agricultores Sem Terra (Mast), uma dissidência do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); pelo próprio MST; pelo grupo Brasileiros Unidos pela Terra (Uniterra); e por sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT).

De acordo com a parlamentar, foram invadidas as fazendas que estão em processo de desapropriação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e aquelas consideradas "improdutivas" pelos movimentos, sem que haja ainda uma definição legal dessa condição.

O conjunto de invasões no Paranapanema foi o maior registrado durante o carnaval, mas a senadora observou que em Pernambuco, numa tomada de terras comandada pelo MST no município de São Joaquim do Monte, a 137 quilômetros de Recife, quatro pessoas foram mortas pelos invasores.

– Aperta o coração ver que a posse da terra é mais importante do que uma vida, ainda mais do que quatro vidas. Eu não estou do lado de quem invade, como também não estou do lado de quem se arma para, na bala, segurar os invasores. Essa situação não pode continuar – indignou-se Marisa Serrano, que recebeu o apoio do senador Marco Maciel (DEM-PE).

A senadora também mencionou uma invasão ocorrida na empresa Syngenta, de pesquisas com sementes transgênicas, localizada em Santa Tereza do Oeste, no oeste do Paraná, onde se registraram duas mortes e ferimentos em sete pessoas.

Por fim, lamentou a invasão de uma fazenda no distrito de Agachi, Mato Grosso do Sul, por índios da Aldeia Cachoeirinha. Pela primeira vez, índios daquele estado teriam depredado propriedades, arriscado vidas e tentado sequestrar um fazendeiro. Segundo ela, os índios têm 2.868 hectares, mas a Fundação Nacional do Índio (Funai) está propondo para eles uma reserva de 36.288 hectares.

– Nós vamos ter muita guerra e muita briga. É um país dentro de Mato Grosso – advertiu a senadora.